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Prefeitura diz que não vai vender prédio administrativo da CTA, mas os fundos sim

Embora constando da lista de benfeitorias disponíveis para a venda, a Prefeitura Municipal assegura que defende a preservação do prédio da antiga e extinta CTA. Comercialização dos fundos então ao prédio, pode se dar – entra em discussão na Câmara – após concessão do Complexo Arena da Fonte.

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Fundos da CTA serão vendidos

Em nota, a Prefeitura de Araraquara disse nesta segunda-feira (28) por volta das 21h, que reconhece a importância e defende a preservação do prédio da antiga e extinta CTA (Companhia Troleibus de Araraquara), com fachada para a Avenida Bento de Abreu, que é um dos mais antigos e emblemáticos da cidade. Cita também que o – prédio carrega toda a história do transporte público de Araraquara com seus ônibus elétricos que começaram a circular ainda no final da década de 1950.

Ela reconhece no entanto que foi enviado projeto de lei para a Câmara Municipal solicitando autorização dos vereadores para alienação, por licitação, do imóvel público municipal desocupado, localizado nos fundos deste prédio principal da extinta CTA, ou seja, o pedido de alienação não inclui, conforme matrícula descrita no projeto de lei, o prédio da antiga CTA que atualmente é sede das Secretarias Municipais de Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana e Meio Ambiente e Sustentabilidade.

A área referida no Projeto de Lei, antes da extinção da CTA, em 2016, na administração anterior, era ocupada por garagens de ônibus e por um tanque de combustível. “Hoje, o imóvel não possui perspectivas viáveis de utilização para a implantação de equipamentos urbanos públicos e se encontra em ociosidade prejudicial aos interesses da coletividade”, segue a nota.

No entanto, o projeto que está na Câmara Municipal citaria entre outros itens constantes da suposta venda ou alienação – prédio administrativo – que seria parte integrante do imóvel que o município tenta se desfazer para recuperar fatia dos recursos públicos utilizados para a extinção da CTA. A nota assegura que – desde a extinção da CTA em 2006, a Prefeitura já teve que arcar com mais de R$ 32.8 milhões em dívidas trabalhistas com ex-funcionários e ainda possui um saldo devedor superior a R$ 24,3 milhões. Com a venda do imóvel, parte desses recursos poderão ser recuperados, amenizando os prejuízos aos cofres públicos que a extinção da CTA provocou.

Iniciativa de venda dos fundos da CTA partiu logo após a Prefeitura Municipal conceder direitos de exploração por 35 anos do Complexo Arena Fonte Luminosa, que abrange o antigo estádio da Ferroviária, o Ginásio de Esportes Castelo Branco “Gigantão”, o Centro de Eventos de Araraquara e Região (Cear) e o Centro Internacional de Convenção a Real Estate Venues & Entertainment Participações (Reeve), assessorada pela parceria entre REAG e Integritate, as empresas que promoveram a remodelação do Allianz Parque, em São Paulo. Até então a informação era de que, o complexo seria explorado pela WTorre, que nada tem a ver com as empresas que vão explorar locais mencionados no contrato.

E a própria nota distribuída pela Prefeitura Municipal na noite desta segunda-feira (28) assegura que – com o contrato de concessão do complexo da Arena da Fonte Luminosa (Arena, Gigantão, CEAR e Centro Internacional de Convenções), caracterizando o maior centro de eventos do interior paulista, a referida área do Projeto de Lei passa a ter total sinergia com os novos investimentos privados que vão acontecer. Ou seja, a sua alienação para a iniciativa privada, além de amenizar prejuízos gerados aos cofres públicos pela extinção da CTA, também fortalece a vocação daquela região para robustos investimentos privados.