A pró-reitora de pós-graduação da Unesp, professora Maria Valnice Boldrin, foi a escolhida para a conferência de abertura da 46ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), ocasião em que recebeu a medalha Simão Mathias, outorgada em reconhecimento a contribuições para o desenvolvimento da química no país. Estas são algumas das distinções mais importantes conferidas no Brasil para quem atua na área.
A reunião anual da SBQ está terminando nesta segunda-feira (31) em Águas de Lindoia, no interior paulista. A pró-reitora da Unesp, cuja conferência foi ministrada neste domingo (28) para cerca de 1.500 pessoas, é apresentada pela sociedade científica como “um nome fundamental na consolidação da eletroanalítica e da fotoeletroquímica no Brasil”. Graduada e pós-graduada pela USP, Valnice Boldrin fez estágios de pós-doutorado na Inglaterra e nos Estados Unidos nos anos 1990 e 2000, quando já lecionava no Instituto de Química (IQ) do câmpus de Araraquara da Unesp, instituição na qual ingressou no quadro docente em 1987, ainda como doutoranda. Hoje, é professora titular no Departamento de Química Analítica, Físico-Química e Inorgânica do IQ-Unesp, um dos centros de excelência no ensino e na pesquisa em química no país.
“Quero agradecer imensamente por ter sido laureada com a medalha Simão Mathias, que representa o máximo do reconhecimento do trabalho de um pesquisador e, no meu caso, os meus 40 anos dedicados ao desenvolvimento da eletroquímica e da eletroanalítica no país”, afirma a docente.
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), Maria Valnice Boldrin é diretora do comitê gestor de um dos três Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) sob a liderança da Unesp, o INCT-Datrem (Instituto Nacional de Tecnologias Alternativas para Detecção, Avaliação Toxicológica e Remoção de Contaminantes Emergentes e Radioativos). A professora atua como revisora em dez periódicos científicos e acumula cerca de 50 orientações, concluídas ou em andamento, em dissertações de mestrado e teses de doutorado, além de outras dezenas de orientações ou supervisões de pesquisadores em outros estágios da vida acadêmica, como em iniciações científicas e pós-doutorados.
“Eu quero agradecer também à participação dos meus alunos, que foram um ponto central no desenvolvimento do meu trabalho científico e que enfrentaram comigo grandes desafios da ciência. Trabalhamos em uma área interdisciplinar e tivemos que aprender muita coisa juntos. Quero agradecer a todos hoje locados nas universidades por todo o Brasil. Tenho muito orgulho de ter nucleado novos grupos de pesquisa e de ter contribuído para o avanço da ciência e a disseminação de novos saberes durante a minha vida acadêmico-científica”, diz a professora do IQ, em reconhecimento a quem ajudou a construir a sua trajetória.
Antes da homenagem da SBQ, Maria Valnice Boldrin já havia sido reconhecida pela Sociedade Brasileira de Eletroquímica e Eletroanalítica por sua contribuição nessas áreas em 2019, mesmo ano em que foi homenageada pelo IQ-Unesp pelo trabalho desenvolvido na unidade universitária. Em 2014, a docente recebeu o Prêmio Elsevier/Capes como uma das cientistas brasileiras mais influentes, tomando como base o impacto de sua pesquisa na comunidade científica.
“Um dos pontos mais interessantes da minha carreira foi que consegui transitar por diferentes caminhos. Eu me definiria como uma boa eletroquímica, que faz eletroanalítica, que faz geração de energia, que faz redução de CO2, que estuda diferentes matrizes e que sempre usou a eletroquímica como veículo para responder aos desafios do mundo”, disse Valnice Boldrin ao SBQast, podcast da Sociedade Brasileira de Química. “A ciência é transversal e, para avançar no conhecimento, você precisa de parcerias e a universidade te permite isso.”
