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Santa Casa diz que terceirização da alimentação é tendência consolidada no setor hospitalar

Hospital garante que - haverá a absorção de funcionários da cozinha pelo eventual vencedor da concorrência e que já recebeu inúmeras notificações da Vigilância Sanitária sobre a necessidade de adequações a novas normas técnicas.

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Sinsaúde diz que acordo com Santa Casa vai até 2025 e não há como terceirizar a cozinha

A diretoria da Santa Casa de Araraquara explicou em nota nesta terça-feira (30) as razões e o seu posicionamento sobre a necessidade da contratação de empresa especializada para produção e distribuição de alimentos no hospital em breve. O documento vem um dia após a manifestação da presidente da subsede do Sinsaúde, Claudete Defavere que criticou a postura do hospital pois a terceirização fere o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) assinado com o Sinsaúde no ano passado e válido até maio de 2025. Esse acordo proíbe a terceirização de tarefas dentro do hospital, disse o sindicato da categoria ao Portal RCIA.

“Entendemos e respeitamos as preocupações expressas pelo Sinsaúde e pelos funcionários da Santa Casa. A decisão de terceirizar a produção e distribuição de alimentos não foi tomada de ânimo leve, mas dialogando com os envolvidos, com respeito e na forma da lei”, comentou a Santa Casa através sua assessoria de imprensa.

O hospital afirma que a decisão da “terceirização da cozinha” acontece após uma cuidadosa e demorada consideração de todos os fatores envolvidos e com plena transparência, através de edital de chamamento pelo menor preço, imparcial e justo. “De pronto é necessário que se esclareça que haverá a absorção de funcionários pelo eventual vencedor do chamamento, respeitando o valoroso quadro de trabalhadores, que perfaz quase mil colaboradores e são fundamentais para o nosso compromisso centenário de oferecer o melhor da saúde para os araraquarenses e todo o centro do Estado de São Paulo.”, diz a nota.

Em seguida a diretoria anuncia as razões que fundamentaram a decisão, informando que “a Santa Casa já recebeu inúmeras notificações da Vigilância Sanitária sobre a necessidade de adequações a novas normas técnicas, de alto custo, nas dependências da cozinha do hospital. Estas adequações, se não realizadas, podem resultar em multas ou mesmo na interdição do serviço”, garante.

Em segundo lugar, seguem outras explicações – as bandejas térmicas, responsáveis por levar a comida aos pacientes, estão todas quebradas e, há muito tempo, não temos mais carros térmicos hospitalares. Isso tem feito com que a comida chegue fria aos pacientes, o que é inaceitável. Os investimentos necessários para a correção desses problemas são vultosos e, infelizmente, além da capacidade econômica do hospital no momento.

Por fim, assegura a Mesa Diretora, além disso, “a terceirização da alimentação é uma tendência consolidada no setor hospitalar e já é uma realidade em Araraquara, tanto na Gota de Leite, uma instituição pública, quanto no Hospital São Paulo e Hapvida, entidades privadas como a Santa Casa. Essa medida tem se mostrado eficaz na melhoria da qualidade da alimentação servida aos pacientes.” A Santa Casa lamenta ter ocasionado qualquer transtorno aos funcionários envolvidos com a cozinha do hospital.

É neste ponto que o Sinsaúde e pede que o hospital interrompa imediatamente o processo de terceirização, cancelando a carta-convite, porque isso vai causar dano aos trabalhadores e à sociedade, demissão em massa e precarização do serviço.”

A Santa Casa no entanto assegura que o seu compromisso primordial é com a saúde e o bem-estar dos pacientes que confiam na Santa Casa para o seu cuidado. “Estamos seguros de que esta medida, embora difícil, é um passo necessário para melhorar a qualidade da alimentação servida em nosso hospital”, finaliza.