Mesmo sem sessão presencial, a vereadora trans Filipa Brunelli (PT) está abalando as estruturas do Legislativo. Na terça-feira (20) à noite, após sua moção de repúdio ao projeto de lei que tramita na Alesp e proíbe material que contenha alusão a preferências sexuais e movimentos sobre diversidade sexual relacionada a crianças no Estado, ela se revoltou contra os parlamentares que votaram contra. “Os 11 vereadores são LGBTfóbicos sim, compactuam com o Brasil ser o país que mais mata travesti do mundo”, afirmou.
Rodou a baiana
A parlamentar petista rodou a baiana após a sessão e avisou que vai denunciar a sujeira da Câmara. “Sou violentada, desrespeitada, menosprezada diariamente enquanto travesti dentro desta casa de leis, porém não tinha ficado tão explícito o posicionamento dos pares”, acrescentou Filipa nas redes sociais. O caso ganhou repercussão na mídia e a polêmica envolvendo os nossos parlamentares deve ganhar novos episódios.
Faltou diálogo claro
Para o vereador Rafael de Angeli (PSDB), há exagero na postura de Filipa. Ele pondera que votou contra a moção pois ela foi protocolada às 22h47 da segunda-feira e, em projetos polêmicos, só vota favorável quando há um diálogo claro. “Eu pedi à vereadora Filipa para adiarmos em uma semana, de modo que ela explicasse melhor o projeto na reunião semanal de sexta-feira e ela negou meu pedido”.
Sexualização precoce
Rafael de Angeli lembrou que foi favorável ao PL 163/2018 que instituiu o Plano Municipal de Políticas Públicas para a população LGBT. “Naquele caso, o projeto foi devidamente explicado e previamente discutido”, enfatiza. “É lógico que sou contra qualquer preconceito contra a população LGBTQIA+. De outro lado, sou plenamente favorável à proteção de crianças e adolescentes, evitando uma sexualização precoce”, completa. A moção foi rejeitada, mas a novela que envolve o assunto promete ainda muita emoção nas cenas dos próximos capítulos.
Mudando de assunto…
Mais pessoas entram e saem da lista de nomes que disputarão as eleições de 2022. Turquinho Lauar, ex-vereador e ainda sem partido, está construindo sua candidatura para deputado estadual, tentando ser o quadro de consenso entre as lideranças locais. Já Marcelo Barbieri (MDB), atualmente vice-presidente da Associação Paulista de Municípios do Estado de São Paulo (APM/SP), descarta entrar na disputa para federal. Muita água ainda vai passar debaixo da ponte, mas já dá para ver quais políticos navegam no mesmo barco.