O Programa Jovem Agricultor do Futuro, organizado pelo Senar SP e o Sindicato Rural de Araraquara, contando com o apoio da Coordenadoria Municipal da Agricultura foi encerrado na sexta-feira (25) com a solenidade de formatura dos participantes que residem no Assentamento Bela Vida, antiga Usina Tamoio.
Iniciado em abril, por oito meses os 11 alunos trabalharam em 9 módulos, sob a responsabilidade das instrutoras Mariana Camargo Leite Freitas (pedagógica) e Letícia Ariadne Adalberto (articuladora), com aulas práticas e teóricas em espaços previamente definidos pelos organizadores.
O programa Jovem Agricultor do Futuro é um curso criado pelo Senar para a formação de jovens de 14 a 17 anos incompletos e dura nove meses, com quatro horas diárias de aulas pedagógicas e práticas. Nele, os alunos aprendem todas as etapas do processo produtivo.
“O aluno tem trabalhos focados tanto na agricultura quanto na pecuária. Também há a questão da ética e lazer, o trabalho em equipe, ética e cidadania. Com isso, ele tem contato com o que vem a ser o mundo do trabalho.”, diz o coordenador regional do Senar em Araraquara, engenheiro agrônomo João Henrique de Souza Freitas.
Em sua mensagem de abertura na festa de formatura dos alunos, João Henrique salientou a importância da capacitação, destacando a interação dos jovens moradores no assentamento. Embora tenhamos vivido o período mais forte da pandemia os jovens compreendem que o agronegócio foi um dos poucos setores na contramão da crise, registrando o melhor resultado na geração de empregos desde 2011. “E uma das portas de entrada para os jovens interessados nesse mercado são os cursos técnicos e profissionalizantes que o Senar e o Sindicato Rural oferecem”, salientou o coordenador.
Ao se pronunciar durante a cerimônia a instrutora pedagógica Mariana Camargo Leite Freitas destacou o ambiente agradável e de amizade que se criou e que será difícil esquecer o papel que cada aluno desempenhou. São lembranças que permanecem entre todos que estiveram envolvidos diretamente na organização e execução dos trabalhos, argumentou a instrutora.
Também a instrutora articuladora Letícia Ariadne Adalberto enalteceu o comportamento de todos os alunos: “Durante 9 meses convivi com pessoas que eu não conhecia, criei laços, amizades, brigas, aprendi muitas coisas e hoje eu encerro esse ciclo e irei me despedir de vocês!!! Independente de tudo, só levarei lembranças boas”, destacou.
Mais adiante, de forma emocionada Letícia disse: “Eu gosto de pensar que em março eu peguei e plantei sementinhas e agora em novembro estou colhendo as verduras maduras! Mas não se esqueçam que a caminhada apenas começou, muitos desafios nos esperam. Temos ainda muito a conquistar. E este é o momento de comemorar juntos nossa conquista, que abre as portas para a vida. E por tudo a saudade há de ficar. Eu poderia fica horas e horas falando de cada um aqui, mas vocês estão bonitos demais para chorar”, finalizou.
A coordenadora da Agricultura, órgão integrado à prefeitura, Enedina de Andrade, além de fazer um retrospecto do trabalho, disse da importância do programa na vida das pessoas. Para ela esse momento é significativo, e além de fixar o jovem na sua terra de origem, permite abrir espaço para uma carreira que oferece inúmeras oportunidades e diversas alternativas de trabalho. Enedina também destacou a importância da Escola do Campo na vida dos jovens formandos.
O presidente do Sindicato Rural, Nicolau de Souza Freitas, valorizou o ensinamento que o Senar oferece às pessoas e não deixou de citar um fato interessante:”O Brasil tem e terá por muito tempo ainda a responsabilidade de produzir alimentos para o mundo, e os jovens descobriram nesse setor uma série de profissões que orbitam em torno do agro. Não só para zootecnistas, veterinários, agrônomos, mas para outras profissões como medicina e engenharia. Então, a gente vê ‘N’ profissões hoje indo do urbano para o rural”, lembrou Nicolau.
Vocês, disse o presidente são um bom exemplo de futuro para às pessoas. “Hoje em dia é muito fácil a gente desistir das coisas. Então, muitas vezes a gente precisa ter um exemplo dizendo que veio do mesmo lugar que outros vieram, ou seja o campo. Eu sempre procuro passar tudo isso para entenderem que é possível conseguir, independente da condição financeira ou da classe social”. E arrematou: “Vocês são um exemplo para essa nova geração”.
