Durante a Agrishow iniciada na última segunda-feira (01) e encerramento previsto para esta sexta-feira (05), lideranças sindicais do interior decidiram estabelecer um movimento reivindicando das instituições que administram o setor agro – mais transparência nas suas atitudes.
Segundo consta, por força das eleições que serão realizadas no final do ano na FAESP – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, a entidade estaria desde já, boicotando benefícios aos sindicatos rurais que estão propensos em lançar um candidato próprio da base agrícola interiorana.
A situação entre o setor sindical e a federação se agravou nas últimas semanas pela falta de apoio no transporte dos produtores rurais até a Agrishow, ajuda vista como de extrema necessidade, pois em eventos deste porte é que a categoria observa o avanço da mecanização da lavoura, comentou o presidente Nicolau de Souza Freitas, presidente do Sindicato Rural de Araraquara.
Além disso, justifica o presidente, os agricultores acompanham as tendências da tecnologia e interagem com produtores de outras regiões, absorvendo conhecimento e promovendo em alguns casos mudanças na operacionalização dos serviços praticados na lavoura. E arremata o dirigente: “Não recebemos ajuda para transportar os produtores e nem mesmo tivemos acesso aos convites que sempre nos foram dados”.
Tendo em vista a posição independente e econômica do sindicato em Araraquara, o presidente Nicolau e seus diretores autorizaram a entidade bancar as despesas de transporte, locando dois ônibus que levaram os agricultores até a feira, que é o maior polo gerador de negócios da América Latina e um dos mais importantes do mundo.
O boicote da FAESP aos sindicatos que vêm pedindo maior transparência nos atos da federação se estendeu a todos os afiliados que no interior não apóiam a reeleição da atual diretoria da federação. O posicionamento gerou críticas por parte dos produtores, bem como, a adoção de protesto com faixas estendidas num dos momentos da Agrishow nesta quinta-feira.
“Nós do interior estamos sendo atingidos por decisões agressivas que não condizem com o espírito democrático que norteia os princípios de respeito ao trabalho e a liberdade de pensamento. Estamos lutando pelos direitos coletivos da categoria que é a sustentação da federação”, destaca o presidente Nicolau de Souza Freitas.