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Situação financeira da Santa Casa é crítica. Só para fornecedores hospital deve R$ 6 milhões.

Vereadores decidiram recorrer à secretária para ter informações sobre gestão do hospital; “quando questionamos o porquê tantas pessoas estão sofrendo na fila de cirurgia não temos respostas. Isso quebra a confiança”, argumenta o presidente da Câmara.

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Profissionais da Saúde aguardavam em expectativa a definição do STF

Após receberem constantes reclamações da população que não consegue ter suas cirurgias eletivas realizadas pela Santa Casa de Araraquara, os vereadores da cidade passaram a buscar informações sobre a situação do hospital com os gestores da instituição hospitalar. Porém, não tiveram sucesso. Para saber o que se passa com o hospital, eles recorreram à secretária de Saúde, Eliana Honain, que esteve na tarde da sexta-feira (1) no Plenário da Câmara Municipal de Araraquara, prestando esclarecimentos aos parlamentares.

De acordo com a chefe da Saúde municipal, a situação do hospital filantrópico se agravou desde a saída do convênio São Francisco da Santa Casa, quando em 2019 o grupo passou a atender em hospital próprio. A arrecadação ficou comprometida com a diminuição do aporte de recursos de usuários do plano de saúde. Somado a isso o Governo Federal não aumenta o teto do SUS há anos. Além do mais, o Governo Estadual fez uma reclassificação dos hospitais públicos e reduziu o repasse financeiro para a Santa Casa de Araraquara. Para agravar, a pandemia de Covid-19 ocasionou a alta do preço dos insumos.

“Tudo que a Santa Casa atendeu até 2020 o município pagou integralmente. Em 2021, de mais de 3 milhões já foram quitados 1,5 milhão. Pagamos mensalmente as internações por Covid, porém, apenas de empréstimos bancários 700 mil reais são recolhidos”, explicou.

Dívida do hospital com fornecedores alcança R$ 6 milhões, disse Eliana aos vereadores

Atualmente, o déficit da instituição é de R$ 2 milhões mês; a dívida para fornecedores alcança R$ 6 milhões. Honain explica que esteve reunida com os gestores do Hospital e o município se comprometeu a ajudar na compra de insumos. “De um mês para cá chegou no limite. A Santa Casa pagou os funcionários, mas não tem dinheiro para comprar materiais. Faltam anestésicos para as cirurgias. Há uma mobilização de que os municípios da região possam doar insumos”, frisou.

Apesar da crise sanitária e financeira, a gestão do hospital levantou polêmica entre os vereadores. Muitos deles questionam que a administração da Santa Casa nunca esteve na Câmara para prestar esclarecimentos aos questionamentos da população. “Nós representamos o povo e o que buscamos são as respostas para o sofrimento de inúmeras famílias. Constantemente buscamos emendas para a Santa Casa e quando questionamos o porquê tantas pessoas estão sofrendo na fila de cirurgia não temos respostas. Isso quebra a confiança”, questionou o presidente da Câmara, Aluisio Boi (MDB).

Também estiveram presentes na reunião a vice-presidenta da Câmara, Thainara Faria (PT), e os vereadores Edson Hel (Cidadania), Emanoel Sponton (Progressistas), Fabi Virgílio (PT), Filipa Brunelli (PT), Gerson da Farmácia (MDB), Guilherme Bianco (PCdoB), Hugo Adorno (Republicanos), João Clemente (PSDB), Lucas Grecco (União Brasil), Luna Meyer (PDT), Marchese da Rádio (Patriota) e Paulo Landim (PT).