“A adesão impressiona”. A frase saiu do coordenador regional do Senar em Araraquara, o agrônomo João Henrique de Souza Freitas nesta manhã de segunda-feira (4), quando ele esteve reunido na sede do Sindicato Rural de Araraquara com Anna Paula Nunes, fundadora do Grupo das Mulheres do Agro de Araraquara. Ambos tratam da organização do Tratoraço
Em apenas três dias de organização a adesão se alastrou num movimento impressionante, organizado por lideranças do interior paulista — que se uniram rapidamente através das mídias sociais. As manifestações acontecerão dia 7 (quinta-feira) preferencialmente próximas aos supermercados, para alertar a sociedade que “quem vai pagar a conta é o povo”. Os produtores de praticamente todas as cidades agrícolas do Estado estão aderindo em massa ao tratoraço.
O movimento dos agricultores tenta impedir o aumento dos impostos (com o fim da isenção de 4,14% sobre o ICMS dos produtos agrícolas) que incide sobre a cesta básica, e, em cascata, atingirá a economia paulista como um todo. A parcela da população mais atingida pelos aumentos será a de menor renda, onde o item alimentação tem enorme peso em seus rendimentos.
O decreto do governador de S. Paulo, João Dória, já foi seguido por outros aumentos, atingindo até mesmo a importação de remédios contra o tratamento de câncer.
São inumeras atividades atingidas pelo decreto de Doria. A assembleia legislativa aprovou o aumento, que passou a vigorar desde o dia 1.o de janeiro, o que causou a revolta no interior de S. Paulo em toda a cadeia produtiva. O objetivo do tratoraço é reverter essa decisão.
“O tratoraço do dia 7 tenta fazer com que o governador passe a negociar com a classe produtora, que pede a revogação do decreto”, argumenta Anna Paula.
O comércio também se levanta contra os impostos que atingem vários segmentos econômicos (incluindo até a comercialização de carros usados), e provoca aumento de impostos sobre a comercialização de máquinas e implementos agrícolas.
De modo geral, o decreto de Dória chega, por cascata, a aumentos da ordem de 25 por cento, a partir do fim da isenção do ICMS sobre produtos agrícolas (cesta básica). A manifestação das lideranças do tratoraço e o posicionamento de outras entidades com representatividade econômica em todo o Estado e no País começam a preocupar o governo do Estado.
A irritação dos produtores rurais é grande, mas os organizadores garantem a manifestação será pacifica. O chamamento para a adesão ao tratoraço continua. Veja cidades que já aderiram.
MUNICÍPIOS QUE JÁ ADERIRAM
Araçatuba, Araraquara, Assis, Barretos, Bauru, Biritiba Mirim, Cajuru, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Catanduva, Cruzeiro, Descalvado, Fernandópolis, Franca, Guaíra, Guará, Holambra, Ibirá, Ibirarema, Iepê, Ipaussu, Ituverava, Jaboticabal, Jaú, José Bonifácio, Maracaí, Miguelópolis, Mogi das Cruzes, Monte Aprazível, Monte Azul Paulista, Morro Agudo, Novo Horizonte, Olímpia, Orindiúva, Ourinhos, Palmital, Paraguaçu Paulista, Piracicaba, Pirajú, Pintagueiras, Poloni, Presidente Prudente, Rancharia, Ribeirão do Sul, Salesópolis, Salto Grande, Santa Cruz do Rio Pardo, Suzano, Taquaritinga, Teodoro, Tupã e Urânia.