
O valor da cesta básica apresentou aumento de 1,12% em Araraquara no mês de junho, segundo pesquisa do Núcleo de Economia do Sincomercio. O custo médio da cesta que em maio deste ano era de R$ 940,20 passou para R$ 950,72 – encarecimento de R$ 10,53.
Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – junho/2021 a junho/2022
Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara
No período, todos os grupos de produtos analisados apresentaram aumento de preço. O grupo de higiene pessoal registrou a maior elevação percentual em relação a maio, com alta de 1,66%. Na sequência, os itens de alimentação subiram 1,08% e os de limpeza doméstica 0,78%.
No mesmo mês, os produtos com maior variação percentual foram: queijo muçarela (16,8%), feijão carioca (10,9%), alho (7,3%), margarina vegetal (7,1%) e sabão em barra (7,1%). E as principais quedas percentuais foram: cebola (-17,2%), batata (-13,1%), linguiça fresca (-3,3%), ovo branco (-3%) e papel higiênico (-1,9%).
O aumento que mais impactou o bolso do consumidor veio novamente do queijo muçarela, que elevou o custo da cesta analisada em R$ 6,74. Na outra ponta, a cebola foi o produto que mais reduziu em termos reais, provocando uma queda de R$ 1,05 no custo médio da cesta.
VALORIZAÇÃO DO LEITE
Captado por meio dos preços do queijo muçarela, grande destaque entre as pressões altistas dos últimos meses, a valorização do leite também vem sendo sentida no bolso pelo consumidor. Essa alta é resultado, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-ESALQ/USP), da oferta limitada do produto no mercado interno, gerado por três fatores: custos de produção elevados, baixa disponibilidade de leite e período de entressafra, que corresponde ao período de menor manufatura, atrelado ao clima seco, típico das estações de outono e inverno, que prejudica as pastagens e consequentemente a produtividade.
“Os custos de produção vêm aumentando drasticamente e seguem pressionando as margens dos pecuaristas. Apesar da queda recente das cotações de milho e soja, esse movimento foi mais que compensado pelo encarecimento dos combustíveis, suplementos minerais, medicamentos e outros insumos utilizados no setor”, avalia Icaro Zancheta, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio.
A menor disponibilidade de leite no campo, responsável por abastecer o mercado interno, resulta em disputa pelas indústrias de laticínios, que têm sido forçadas a reajustar os preços negociados com canais de distribuição, aumentando os preços. “Com isso, elevou-se a competitividade dos produtos internacionais no mercado doméstico de laticínios”, ressalta Zancheta.
Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal do queijo muçarela em Araraquara – junho/2020 a junho/2022
Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara
INFLAÇÃO CAMUFLADA
No acumulado dos seis primeiros meses do ano, a cesta básica encareceu R$ 114,86 – o que corresponde a 13,88% de aumento. Entre os grupos de produtos, todos apresentaram encarecimento. Os produtos de limpeza doméstica registraram alta de 17,1% ou R$ 8,67, os itens de alimentação subiram 13,96% – o maior impacto financeiro, R$95,49 – e o grupo de higiene pessoal ficou 11,16% ou R$ 8,70 mais caro.
Já entre os produtos, os que apresentaram maior alta acumulada entre janeiro e junho deste ano foram: batata inglesa (83,8%), queijo muçarela (48,4%), cebola (45,9%) e feijão carioca (44,2%). Apenas o açúcar refinado apresentou redução de preço nos primeiros meses de 2022, com queda de 0,4%.
Já a variação acumulada em 12 meses para o custo total da cesta foi de 18,45% – encarecimento de R$ 148,11. Entre os grupos de produtos, todos apresentaram sobrepreço. Os produtos de limpeza doméstica registraram alta de 33,49% ou R$ 16,62, os itens de alimentação subiram 17,3% – o maior impacto financeiro, R$ 116,22 – e o grupo de higiene pessoal ficou 18,77% ou R$ 15,27 mais caro.
Os produtos com maior variação positiva entre junho de 2021 e junho de 2022 foram: cebola (88,7%), café torrado (87,3%), margarina vegetal (44,7%) e sabão em barra (40,9%). Apenas dois produtos apresentaram variação negativa no mesmo período: arroz branco (-8,04%) e carne de segunda – acém (-2,6%).
Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara