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Vereadores buscam saber real situação da Santa Casa durante a pandemia

Questionamentos que chegaram ao Poder Legislativo levam a Comissão de Saúde da Câmara a exigir respostas da diretoria do hospital em Araraquara

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Vereadores buscam explicações junto aos diretores do hospital sobre as reais questões de atendimento

Uma comissão de vereadores liderada pelo presidente da Câmara Municipal de Araraquara, vereador Aluisio Boi (MDB), junto dos integrantes da Comissão de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social da Câmara, Gerson da Farmácia (MDB), João Clemente (PSDB) e Luna Meyer (PDT), além dos vereadores Edson Hel (Cidadania) e Paulo Landim (PT) se reuniram no final de semana com a diretoria da Santa Casa de Araraquara, para esclarecer algumas questões que têm chegado ao Legislativo, sobre atendimento de Covid-19 e demais enfermidades.

“Objetivo da reunião é dar transparência. Viemos dialogar para saber, de fato, de que forma a pandemia está afetando a Santa Casa e, consequentemente, as internações, buscando construir um caminho, para, ao menos, amenizar os problemas e ter essa relação de convivência pacífica e de confiança. A intenção é tirar as dúvidas e colocar a Câmara Municipal sempre à disposição da Santa Casa”, disse Boi, ao fazer a abertura das conversas.

O parlamentar fez questionamentos sobre um novo convênio que a Santa Casa fechou e que, segundo chegou aos vereadores, seria a razão de o atendimento SUS sofrer prejuízos. Abordou a questão do número de leitos reservados ao Sistema Único de Saúde, os oito respiradores que a instituição recebeu e estaria devolvendo, além de uma informação semanal à Comissão de Saúde, sobre as atividades da Santa Casa.

O diretor técnico da Santa Casa, André Peluso Nogueira afirmou que não houve redução de leitos para atender SUS. O que foi contratado e é pago pelo governo é oferecido à população. “Todos os leitos estão no Portal da Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross). Muitos leitos da região foram cortados, o que aumentou ainda mais a demanda em Araraquara, para tratamento de doenças respiratórias, cardiovasculares e outras”, disse o médico.

Ele também informou que há pouco tempo, o hospital tinha estoque de medicamentos para intubação para apenas dois dias e não poderia receber novos pacientes. Os medicamentos chegaram e tiraram a instituição do estado crítico, mas o estado de alerta continua. Outra situação relatada: medicamentos que custavam R$ 600 mil/mês, hoje custam mais de R$ 2 milhões. Foi explicado que há quase 60 dias estão acontecendo reuniões com a Prefeitura, DRS e Ministério Público para se chegar a uma solução para um impasse, segundo a diretoria: “nós produzimos mais do que recebemos. Da forma como está, a Santa Casa de Araraquara vai fechar”, alertou Marco A. C. Brandão, vice-provedor. Essa narrativa foi confirmada por todo o corpo diretivo.

Foi informado que a instituição tinha um convênio com o São Francisco e hoje firmou um novo contrato menor com outra empresa, e, de acordo com Brandão, vai ajudar a pagar a conta das internações do SUS, que não têm o custo total coberto pelo governo. No exercício de 2020 a Santa Casa atendeu muito mais do que o contratado e teve que buscar recursos em bancos.

Os oito respiradores não foram devolvidos. Eles estão alocados em outros alas para atender o público em geral, uma vez que o custeio, demais equipamentos, materiais, produtos e pessoal não foram efetivados. O que foi devolvido foram oito monitores.

Depois de quase duas horas de reunião, inclusive com a projeção de slides do que era apresentado, o presidente da Câmara disse que a reunião foi muito proveitosa, pois “todas as dúvidas foram sanadas, principalmente com relação à falta de leitos para internação. O importante é que abriu um canal de diálogo com a Comissão de Saúde da Câmara, que terá um contato semanal, inclusive com a apresentação das planilhas dos últimos procedimentos pela Santa Casa. Serão apresentados também os problemas e dificuldades da instituição, para que possamos levar ao Executivo, pois muitas ações dependem da Prefeitura. Dependem também da força dos vereadores, que podem buscar recursos com os deputados, pois isso é fundamental nesse momento”, enfatizou Boi.