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Zé Conde Sobrinho, o rádio perde sua voz e fica ainda mais triste nesta terça

Além da voz marcante que encheu de vida o rádio araraquarense no período de 60 a 90, Zé Conde teve um envolvimento muito forte com profissionais da imprensa, se notabilizando pelos seus comentários esportivos.

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Zé Conde, o "gogó de ouro do rádio em Araraquara: assim o chamavam

Podemos dizer que José Conde Sobrinho viveu a época dourada do rádio em Araraquara. Infelizmente Zé Conde partiu nesta terça-feira (1), não suportando os problemas de saúde que vinha enfrentando nos últimos anos, principalmente os cardíacos. Sua partida deixa o rádio mais pobre, ainda que afastado dos microfones já algum tempo; não era o rádio que o empolgava mais: era a permanência ao lado da família.

Treinador do time dos Cronistas Esportivos em 1978, aparecendo como destaques Mazinho e Bazani

Professor, lecionou até a metade dos anos 60, inclusive fora de Araraquara; quando voltou em 1968, assumiu na Rádio A Voz da Araraquarense o lugar deixado pelo então repórter Ivan Roberto Peroni que fora para a Rádio Cultura após três anos de permanência na Organização Barbieri. Zé Conde se consolidou com sua voz grave e forte; criou características apropriadas para apresentar programas esportivos e até mesmo o que chamavam outro de “jornal falado”.

Reunião da diretoria da ACEA: Zé Conde, Paschoal Gonçalves da Rocha, Fábio Santiago, Dirceu Zampieri, José Carlos Figueira e Wilson Luiz

Após conquistar o seu espaço na radiofonia regional, alguns anos depois seguiu para a Rádio Cultura que era o top das emissoras no interior, juntando-se então ao próprio Ivan e também a Wagner Belline, os três praticamente criados na Voz da Araraquarense. Além de programas musicais, José Conde passou a participar dos horários esportivos e informativos da emissora. Era peça importante da equipe ao lado de locutores como Antonio Carlos Araujo e Wilson Luiz.

Ao lado do Capitão Rodrigues e do jornalista Ivan Roberto Peroni, na largada de uma prova pedestre

Paralelamente, Zé Conde trabalhava no jornal O Diário da Araraquarense; por volta de 1980, após o falecimento do jornalista Roberto Barbieri, estando o jornal sob nova direção optou em criar o seu próprio espaço – o Jornal Hoje, semanário que circulou vários anos na cidade, tendo como sócia Neusa Martins.

Zé Conde entrevistando o cantor Ivan Lins em uma entrevista coletiva

Envolvido pela política José Conde assumiu novo desafio em sua carreira: assumiu a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal e permaneceu ao lado de Waldemar de Santi durante pelo menos um mandato. Foi um período em que jornalistas eram chamados para integrar a área de comunicação do município, estendendo-se essa atividade até a realização de cerimoniais.

Sua interação com o Poder Público o levou a ser presidente da Associação dos Cronistas Esportivos de Araraquara e o clássico entendimento com o futebol acabou tornando Zé Conde o treinador da equipe da ACEA que participava de jogos de futebol na região, sempre em caráter beneficente.

Cinco anos atrás, Zé Conde voltou ao rádio atuando na equipe dos Campeões da Bola da Rádio Cultura, equipe comandada por José Roberto Fernandes.Mas, o rádio já não tinha para ele o mesmo sabor de outrora e decidiu definitivamente parar com as atividades, optando em se aposentar.

Casado com Maria Aparecida Oliveira Conde, Zé – deixa três filhos: Patrícia, Breno e Lucas, além de três netos.

O jornalista ao lado das netas Giulia e Pietra, filhas de Patrícia

Se a família perde um ente tão querido e respeitado, o rádio além do seu empobrecimento por conta da voz maravilhosa de Zé Conde também fica sufocado por conta da ausência e do lamento que todos nós, jornalistas e radialistas sentimos pelo desaparecimento do querido sãopaulino.

O velório de acordo com os familiares será nesta quarta-feira (2), das 7h às 10h no Velório Almeida.

Boa viagem, companheiro.