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Araraquara registra número recorde de aberturas de empresas no ano

Saldo de movimentação de julho foi o maior desde maio de 2019

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O município de Araraquara registrou em julho o maior número de aberturas de empresas de 2020. No total, 115 novos estabelecimentos foram iniciados, resultado 22% maior que o do mês anterior, que teve 94 registros. Apesar dos dados positivos, o número apresenta uma redução de 12% em comparação com julho de 2019, quando 130 novos negócios foram formalizados.

No mês atual, o número de dissoluções (71) representou uma queda tanto na comparação mensal quanto na interanual, com variação de -7% e -24%, respectivamente. Ao todo, o saldo de movimentação em julho de 2020 foi de 44 novas empresas, o maior desde maio de 2019, quando o valor observado foi de 51 estabelecimentos.

O levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, realizado com base nos dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), demonstrou que, das 44 novas empresas estabelecidas no município, 32 são microempreendimentos, quatro são de pequeno porte e oito são de porte normal.

Considerando o acumulado de janeiro a julho de 2020, Araraquara recebeu 118 novos negócios, decorrente de 564 aberturas e 446 dissoluções. O resultado foi 15,7% maior que os 102 novos empreendimentos registrados na cidade nos sete primeiros meses de 2019. No período, ocorreram 707 aberturas e 605 desligamentos. Em relação ao regime de faturamento desses 118 estabelecimentos, 91 eram microempresas, oito eram empresas de pequeno porte e 19 eram empresas do regime normal.

Aberturas, dissoluções e saldo de movimentação dos estabelecimentos formalizados na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp)

Fonte: Jucesp. Elaboração: Sincomercio Araraquara

No período de janeiro a julho de 2020, a Junta Comercial paulista recebeu, em média, 80 pedidos mensais de abertura de empresas em Araraquara – aproximadamente 2,68 pedidos por dia. As aberturas médias de 2020 significaram uma redução de 20% se comparadas com o resultado de 2019, que teve média de 101 novas empresas mensais, ou ainda, 3,36 novos negócios por dia.

“O processo de abertura de empresas no Brasil é complexo e demanda tempo. O enorme esforço burocrático feito pelos novos empreendedores para compreender e o trabalho de manter atualizadas as tributações inerentes ao negócio elevam seus custos e pode reduzir a produtividade, o que acaba contribuindo para uma queda na geração de renda, dificultando também a operação regular das empresas”, avalia Marcelo Cossalter, pesquisador do Sincomercio Araraquara.

Ainda em relação ao acumulado de 2020, o número médio de dissoluções mensais em Araraquara apresentou redução de 26% se comparado ao mesmo período de 2019. Foram, em média, 63 empresas dissolvidas por mês, ou ainda, 2,1 empresas fechadas por dia, ante 86 encerramentos médios mensais de janeiro a julho em 2019, ou aproximadamente 2,8 dissoluções diárias.

Evolução mensal do saldo de movimentação dos estabelecimentos formalizados na Junta Comercial do Estado de São Paulo
(Jucesp)

Fonte: Jucesp. Elaboração: Sincomercio Araraquara

Embora a redução observada nas dissoluções de empresas no município pareça apontar para um cenário econômico positivo, os dados de aberturas e fechamentos devem ser analisados conjuntamente. O fato de que há substancial redução no número de empresas abrindo e fechando em comparação com o período pré-covid representa menor atividade econômica, que, em consequência da crise, reduz o consumo e a renda no município.

“Nesse cenário, o mais saudável para a economia é que, uma vez que empresas não se mostrem mais lucrativas, encerrem as suas atividades. Assim, elas abrem espaço para o surgimento de novos empreendimentos, que reocuparão as antigas instalações e contratarão nova mão de obra. Ao mesmo tempo, as empresas que se mostram competitivas, ampliam sua planta física e realizam novos investimentos, dinamizando a economia do município”, analisa Cossalter.

Transformações e dispersão geográfica

O levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio revela ainda que, de janeiro a julho deste ano, foram observadas 88 transformações jurídicas, nas quais 89% (78) são referentes a microempresas e 6% (5) por empresas de regime normal e pequeno porte. Esse tipo de transformação pode ser usado tanto para ampliar o capital físico dos negócios – uma vez que se tenha a percepção de maior faturamento esperado – quanto para reduzir custos tributários, já que cada regime empresarial tem sua própria estrutura de impostos baseada no tamanho do empreendimento, corpo de funcionários e faturamento esperado.

O estudo também considerou a localização geográfica das aberturas e dissoluções das empresas. Dentre as 115 aberturas ocorridas em julho, 17% (20) se concentraram no Centro, 5% (6) na Vila Sedenho e 4% (5) na Vila Xavier, enquanto os demais bairros representaram 73% (85) das aberturas. Os encerramentos, por sua vez, ficaram concentrados no Centro da cidade, com 24% (17); na Vila Xavier, com 8% (6); e no Jardim Santa Angelina, que representou 7% (5) do total de 71 empresas dissolvidas em julho.

 Dispersão geográfica das aberturas formalizadas em julho de 2020
 
 Fonte: Jucesp. Elaboração: Sincomercio Araraquara

Dispersão geográfica dos fechamentos formalizados em julho de 2020 – Araraquara

 Fonte: Jucesp. Elaboração: Sincomercio Araraquara