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Cesta básica em Araraquara registra terceira alta consecutiva

Levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio aponta que apenas sete itens tiveram redução de preço, enquanto outros 24 estão mais caros e encerra abril 2,54% mais cara

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A cesta básica de Araraquara encerrou o mês abril 2,54% mais cara em comparação com o mês anterior. A variação representa um aumento de R$ 15,70 em seu valor médio, passando de R$ 618,49, em março, para R$ 634,19 após o fim de abril.

De acordo com levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, que monitora 31 produtos em nove supermercados da cidade, apenas sete itens sofreram redução de preço no período, enquanto outros 24 estão mais caros. Desses, a cebola (+36,7%), o feijão (+27,2%), a batata (+17,3%) e os ovos (+11,1%) foram os itens que registraram as maiores elevações.

Ainda de acordo com a pesquisa, o trabalhador que possui renda líquida de até um salário mínimo (R$ 989,92) utilizou aproximadamente 64% do seu rendimento para adquirir os 31 produtos que compõem a cesta analisada – aumento de 1,6 ponto percentual em relação a março.

Variação percentual dos preços da cesta básica em Araraquara

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

A elevação geral de preços quem vem sendo observada está associada ao aumento de demanda provocada pelas medidas de restrição de circulação, adotadas desde o final de março. “De modo geral, o isolamento faz com que as pessoas aumentem suas listas de compras e esse novo nível de procura acaba exercendo certa pressão sobre os preços”, avalia João Delarissa, pesquisador do Núcleo de Economia.

Houve ainda um acentuado encarecimento dos produtos agrícolas, resultante do tipo de competição ao qual esse mercado está inserido, o de commodities. Isso significa que seus valores são mais sensíveis às oscilações da quantidade demandada e, sobretudo, no montante ofertado pelos produtores, que varia de acordo com as condições climáticas durante todo o período de plantio e colheita, com a área total plantada por cada cultura cultivada, entre outros fatores.

Assim, a ascensão nas cotações da cebola deriva da queda de produção no Nordeste, que aumentou a demanda pelo bulbo cultivado no Sul do país, assim como pela entrada reduzida da cebola argentina, causada pelas medidas preventivas contra o coronavírus.

Em relação ao feijão, a pressão sobre os preços vem sendo causada pelos problemas climáticos enfrentados nas safras do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, três importantes estados produtores. A elevação no preço do grão já era prevista no início da atual safra, que teve sua área plantada reduzida. O aumento da busca pelo produto no início da quarentena também foi fator determinante para o seu encarecimento.

Por outro lado, as reduções de preço atingiram com maior intensidade o quilo do contrafilé (-5,2%), da salsicha avulsa (-4,9%) e do frango resfriado (-4,4%). “Essas quedas estão associadas à redução no consumo de carne da população motivadas pelo período da quaresma, que este ano se estendeu até a segunda semana de abril. Com a também queda na demanda por parte dos restaurantes, principais consumidores desses produtos, os valores caíram”, explica Marcelo Cossalter, pesquisador do Sincomercio Araraquara.