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CGU identifica fraude de R$ 809,9 milhões no auxílio emergencial

Relatório da Controladoria-Geral da União identificou que 1,8 milhão de pessoas receberam o valor de forma indevida. Ministério da Cidadania afirma que parte das irregularidades já foi sanada

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Controladoria-Geral identificou que receberam as parcelas de forma indevida: 15,7 mil pessoas entre os beneficiários

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) mostra que R$ 809,9 milhões em auxílio emergencial foram pagos de forma irregular a pelo menos 1,8 milhões de pessoas, equivalente a 3,2% do total de 56,8% dos beneficiários. O Ministério da Cidadania afirma que parte das irregularidades já foi sanada.

De acordo com o documento, o governo conseguiu reaver cerca de R$ 44,4 milhões pagos indevidamente. Porém, a recuperação dos R$ 764,5 milhões restantes ainda depende da “adoção de providências” pela pasta.

Nesse período, a Controladoria-Geral identificou que receberam as parcelas de forma indevida: 15,7 mil pessoas entre os beneficiários “com indicativo de óbito”, 38,2 mil presos em regime fechado, 16,7 mil residentes no exterior, 822 mil trabalhadores com vínculo formal e 240 mil famílias com renda mensal superior ao limite.

IRREGULARIDADES DENUNCIADAS NO RELATÓRIO

  • 15.751 beneficiarios com indicativo de obito;
  • 239.773 beneficiarios com renda familiar mensal em desacordo com os criterios de elegibilidade e de continuidade para o recebimento do beneficio;
  • 821.991 beneficiarios com vinculo empregaticio formal ativo registrado na GFIP;
  • 160.662 beneficiarios que receberam, simultaneamente, beneficio previdenciario ou assistencial registrado na folha de pagamentos do INSS;
  • 442.175 beneficiarios do AER, que tambem receberam beneficio do Programa Bolsa Familia, cuja soma dos valores recebidos em ambos os beneficios foi superior aos limites estabelecidos;
  • 17.993 beneficiarios cuja familia recebeu mais de duas cotas do beneficio;
  • 16.680 beneficiarios que residem no exterior;
  • 75.635 beneficiarios que receberam mais parcelas do que o devido em 31.12.2020, considerando a data de concessao do beneficio; e
  • 38.282 beneficiarios presos em regime fechado.

JUSTIFICATIVA

O Ministério da Cidadania afirmou que o método usado pela auditoria não considerou os benefícios cancelados. Além disso, a pasta justificou que o relatório chegou com atraso — quando a última parcela do auxílio emergencial, de outubro de 2021, já tinha sido paga.