A confiança do consumidor da classe DE recuou de 93 pontos para 83 na passagem de janeiro para fevereiro, segundo o Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O resultado contribuiu para puxar para baixo a confiança do brasileiro como um todo, que marcou 98 pontos em fevereiro (contra 103 em janeiro). O INC varia entre zero e 200 pontos; o intervalo de zero a 100 é o campo do pessimismo e, o de 100 a 200, o do otimismo.
“A classe DE é a que mais sente a lentidão na retomada do emprego e também a que mais tem sofrido com a violência”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), lembrando que o CAGED computou a criação de apenas 34 mil vagas no começo do ano.
A confiança da classe AB caiu seis pontos, passando de 104 em janeiro para 98 pontos em fevereiro. “Esse grupo tem mostrado desapontamento com o governo, que ainda não tem apoio suficiente para a aprovação da reforma da Previdência”, explica Burti. O INC da classe C recuo de 105 para 100 pontos, voltando para o patamar de neutralidade.
A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 24 de fevereiro. “Em um ano pós-eleitoral, é esperado que a confiança do consumidor dê um salto em janeiro e depois recue um pouco nos meses seguintes. O mais importante é que os números estão muito acima do que no mesmo período do passado (21 pontos acima). Acreditamos em tendência de alta do INC ao longo de 2019”, finaliza o presidente da ACSP.
Regiões
O grupo de regiões Norte/Centro-Oeste foi o destaque negativo do INC: o indicador caiu de 104 pontos em janeiro para 85 em fevereiro. A razão pode estar, segundo Burti, em fenômenos meteorológicos que diminuíram a quantidade de chuvas, preocupando o setor agropecuário.
A confiança do Sudeste oscilou dentro da margem de erro ― que é de três pontos ―, passando de 109 para 106 pontos. No Sul o indicador variou de 123 para 122. O INC do Nordeste estava em 84 e foi para 82 pontos. “Neste caso específico, é importante destacar que o Nordeste tem crescido abaixo da média das outras regiões; isso explica o fato de a região ser, há algum tempo, a mais pessimista na pesquisa da ACSP”, comenta Burti.
“Cabe ao governo investir em duas frentes: geração de empregos e políticas públicas de combate à violência. Com isso, ele conseguirá reconquistar a confiança da população. Nesse contexto, a aprovação da nova Previdência é urgente e precisa ser concretizada o mais rapidamente possível”, finaliza o presidente da ACSP. A pesquisa
foi realizada sob coordenação do Instituto de Economia Gastão Vidigal/ACSP entre os dias 15 e 24 de fevereiro, com base em 1.200 entrevistas em todas as regiões do País.
REGIÃO |
CLASSE |
||||||
NE |
N/CO |
SE |
S |
AB |
C |
DE |
|
fev/18 |
74 |
74 |
78 |
85 |
69 |
79 |
77 |
jan/19 |
84 |
104 |
109 |
123 |
104 |
105 |
93 |
fev/19 |
82 |
85 |
106 |
122 |
98 |
100 |
83 |