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Conveniências invadem condomínios facilitando compras

Em Araraquara a Master Café adotou a tecnologia para expandir o modelo de Micro Marketing ou Honest Marketing

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Leandro Fidelis da AMLabs e Hugo Pavão da Master Café

Menos dispostos a se expor na hora de fazer compras devido à pandemia da Covid-19, os consumidores têm buscado alternativas para evitar ambientes públicos. Na tentativa de driblar o contato humano, houve crescimento no comércio eletrônico, maior preferência por serviços e pagamentos sem contato e por pequenas lojas locais em detrimento de grandes varejistas.

Por essa razão, alguns negócios, especialmente os que vendem alimentos e produtos para uso diário, já catalisam algumas mudanças. Com a proposta de levar seu estoque para dentro de empresas e condomínios a Master Café de Araraquara vêm implementando o modelo de Micro Marketing ou ainda Honest Marketing.

Pagamentos podem ser feitos via cartão ou aproximação

Segundo Leandro Fidelis da AMLabs, provedor da tecnologia como vending machines e PDVs de autoatendimento,  para a Master Café, é uma nova forma de comércio, baseada na cultura da honestidade, sem funcionários, onde se pode comprar e pagar sem contato “imagine pela manhã você acorda quer fazer um omelete, mas percebeu que não tem ovos, é só descer do seu apartamento, pegar em um Sneaker ou Conveniência  que é colocado no roll de seu prédio ou mesmo uma loja dentro de condomínios maiores onde se pode encontrar produtos de uso diário.

Para Hugo Pavão da Master Café que trouxe a novidade para Araraquara, é necessária uma demanda mínima para que se possa colocar uma loja dentro de um condomínio, mas a idéia é ampliar o negócio que hoje já funciona em várias empresas e condomínios da cidade e região.

“Cada perfil de condomínio dita os produtos que podem ser vendidos, hoje temos máquinas e um mix de produtos, que tem uma aceitação muito grande, onde até mesmo crianças podem fazer suas compras, pagando por aproximação de celular”, afirma Hugo.

José Pavão e Hugo em meio as novas máquinas. Investimento para atender o mercado que está em franca expansão

Segundo o empresário, o índice de desvio ou quebra é o mesmo de um supermercado, que tem funcionários e segurança, ficando em média de 3% a 5%. “A honestidade faz parte da maioria das pessoas”. Vale ressaltar que na maioria dos pontos existem videomonitoramento.

A cidade de São Carlos, também já trabalha seu modelo de loja autônoma dentro de condomínios residenciais desde dezembro do ano passado. Para comprar na Onii, uma pequena loja de conveniência, só é preciso ter um aplicativo instalado no celular – daí em diante, é possível entrar no espaço e comprar os produtos desejados, sem precisar interagir com ninguém.

A primeira loja foi inaugurada dentro de um condomínio com 240 casas. Na primeira semana de uso, 200 moradores já haviam feito download do aplicativo. O faturamento do primeiro mês foi de R$ 15 mil. No começo de março, a empresa fechou 80 contratos em regime emergencial para a instalação de lojas similares por todo o estado.

Nomes como Hirota e Swift se adaptaram para atender clientes menos dispostos a sair de casa para fazer compras. Lojas instaladas dentro de condomínios funcionam como a despensa dos moradores

Com espaços de 15 e 30 metros quadrados, o Hirota Express Em Casa é uma loja container instalada dentro de condomínios sem nenhum tipo de contato humano. Entre alimentos e artigos de higiene e limpeza são aproximadamente 500 itens dispostos numa espécie de despensa. O formato deve render R$ 500 milhões em vendas para a rede até o fim deste ano. A meta da companhia é chegar a 100 lojas até o final de 2021, sendo que 40 já estão sendo negociadas para este ano.

A Swift tem feito algo semelhante sobre rodas. Onze caminhões foram transformados em lojas itinerantes da marca levando toda a variedade de produtos em congeladores. As lojas móveis ficam estacionadas e operam como um verdadeiro açougue de congelados na porta dos condomínios residenciais. Nessa proposta, os deslocamentos são eliminados e o contato humano fica restrito ao pagamento, eliminando outras etapas da compra de uma loja convencional.

Assim como outros lugares do mundo, São Paulo já vivia essa realidade com o supermercado Zaitt, em Moema. Inaugurado em 2018, o mini-mercado funciona 24 horas e não tem nenhum atendente. Câmeras com sensores monitoram cada ação e reconhecem quem está no mercado em tempo real.

Para o economista e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), Claudio Felisoni de Angelo, a quarentena desperta um potencial de compra que antes caminhava a passos lentos. “A tendência é que as pessoas busquem opções mais seguras e práticas para pagarem pelo que consomem, e diversas empresas já disponibilizam soluções sem contato. Seria inevitável não ver uma aceleração neste processo como reflexo da pandemia”.

Fica claro que diante de uma realidade global de pandemia, os consumidores podem adquirir uma atitude mais distanciada em relação às interações tradicionais. A operadora Cielo, por exemplo, registrou uma adesão sete vezes maior no uso de links de pagamento durante a quarentena em comparação ao período de pré-isolamento. O sistema permite que os consumidores paguem suas compras via link enviado pelo vendedor, no débito ou crédito.

As tecnologias contactless (sem contato) ou NFC (near field communication), que evitam o contato do consumidor com as maquininhas de cartão, também cresceram. Segundo a Mastercard, o número de transações nesta modalidade foi quatro vezes maior em março, quando comparado ao ano passado.