
A balança comercial da regional de Araraquara do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) registrou um crescimento expressivo das importações no primeiro semestre de 2025. Foram US$ 690,9 milhões em compras externas, o que representa um aumento de 34,2% em relação ao mesmo período do ano passado. As exportações, por sua vez, somaram US$ 1,12 bilhão, com leve retração de 1,7% na comparação interanual.
A regional do CIESP abrange 17 municípios da macro região de Araraquara e recebe mensalmente o relatório consolidado de comércio exterior elaborado pela sede do CIESP, que aponta o desempenho das indústrias em todo o Estado de São Paulo. Para Bruno Naddeo, diretor regional em Araraquara, o salto nas importações pode estar associado à retomada de investimentos e à expansão da produção industrial, especialmente em setores que demandam equipamentos e componentes de alto valor agregado.
Entre os produtos mais importados no período estão máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (35,8%), aeronaves e aparelhos espaciais (26,2%) e materiais elétricos (11,4%). Apesar da leve queda, as exportações mantêm um desempenho robusto. O destaque ficou com as preparações de produtos hortícolas, que responderam por 37,1% do total exportado. Também se destacam aeronaves e aparelhos espaciais (26,8%) e açúcares e produtos de confeitaria (13,4%).
ESTADOS UNIDOS, O PRINCIPAL PARCEIRO
Os Estados Unidos seguem como principal destino das exportações da regional, com 42,1% de participação. Países Baixos (18%) e China (6,7%) completam os principais mercados compradores. Na outra ponta, os EUA também lideram entre os países de origem das importações (51,7%), seguidos por Portugal (10,6%) e China (6,3%).
Os números mostram um primeiro semestre de movimentações estratégicas para a indústria regional, entretanto o momento é de atenção e incerteza quanto às novas deliberações comerciais anunciada pelo governo americano.
AVALIAÇÃO DO CIESP SOBRE O MOMENTO
Manifestamos nossa profunda preocupação diante do atual embate entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que ultrapassa os limites da diplomacia ao utilizar a questão tarifária como instrumento de disputa pessoal e ideológica.
Tal postura equivocada tem causado prejuízos concretos e imediatos às nossas relações comerciais, afetando diretamente as forças produtivas, os trabalhadores e toda a sociedade. Faltam argumentos concretos em favor dos EUA para uma tarifa de 50% nas importações do Brasil. Não procede a justificativa do presidente estadunidense sobre a balança de pagamentos entre os dois países lhes ser desfavorável, já que apenas na última década o superávit a favor deles foi de US$ 91,6 bilhões no comércio de bens. E se incluído o comércio de serviços, o superávit dos EUA chega aos US$ 256,9 bilhões.
A soberania do Brasil, assim como a de qualquer nação, deve ser respeitada. Questões pessoais e ideológicas de governantes não podem prevalecer em relações internacionais entre nações, pois os danos causados são severos e de difícil reparação, colocando em risco o desenvolvimento e o bem-estar de nossos povos. O diálogo diplomático deve ser respeitado; e com fatos não falsas versões deles.