A inadimplência do consumidor araraquarense aumentou 0,4% em dezembro de 2019, considerando o número de inclusões no cadastro geral de inadimplentes, em comparação com novembro do mesmo. Na variação interanual, o índice recuou 8,3%. O levantamento foi feito pelo Núcleo de Economia do Sindicato do Comércio Varejista de Araraquara (Sincomercio), com base nos dados divulgados pela Boa Vista SCPC.
Com a redução da taxa de juros nos últimos anos e o aumento da confiança na recuperação da economia, a procura dos consumidores por crédito aumentou, interferindo em resultados recentes. “Embora o indicador de inadimplência aponte para um aumento do endividamento em dezembro, o movimento não desperta preocupação, pois o indicador registrou queda expressiva de 8,3% na comparação interanual. Com a expectativa de que o mercado de trabalho gere novos empregos e eleve a renda este ano, espera-se que o orçamento doméstico das famílias siga controlado”, avalia Marcelo Cossalter, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio.
A trajetória do indicador de recuperação de crédito também mostrou, nos últimos meses, que as famílias estão liquidando suas dívidas em atraso, já que houve uma queda de 7,3% na comparação interanual, o menor número desde dezembro de 2018. A variação mensal estável aponta ainda que, gradualmente, os consumidores estão se planejando financeiramente.
O processo de retomada do mercado de trabalho tem sido sustentado, principalmente, pelo setor informal e pelos trabalhadores autônomos, cujo aumento relaciona-se a escassez de vagas do setor privado formal. “Segundo avaliação do Banco Central, esse movimento pode estar associado não apenas ao gradualismo que caracteriza a retomada da atividade econômica, mas também a fatores tecnológicos, que ampliaram as possibilidades de se ofertar trabalho autonomamente”, diz Marcelo.
Com o avanço das reformas estruturais e a retomada gradual do consumo, as expectativas são de que a economia cresça com maior robustez em 2020. “Cabe, então, ao consumidor manter-se atento no que diz respeito aos gastos domésticos e buscar sempre modalidades de crédito mais baratas e que não comprometam parcela significativa da renda em dívidas”, orienta o pesquisador.