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Máscaras já vendem mais que lingeries

Assim como a Lupo em Araraquara, grandes marcas também entraram no que chamam de "a próxima tendência"

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A não utilização da máscara tem causado multas em Araraquara

A Hope, há mais de 50 anos no mercado, é líder e referência no segmento de moda íntima no Brasil. Mas desde o final de março, com o fechamento das lojas físicas em decorrência da pandemia da covid-19, os artigos mais vendidos pela empresa não são as lingeries, e sim máscaras de tecido.

“Elas se tornaram o produto mais vendido no e-commerce da Hope e da Hope Resort”, afirma Sandra Chayo, diretora de marketing e estilo da empresa. A Hope Resort é a nova marca de moda praia e fitness do grupo.

As máscaras, segundo Sandra, também comercializaram mais do que pijamas e itens de conforto, cujas vendas cresceram 400% em maio. “Em tempos como esse, os produtos essenciais se tornam ainda mais relevantes. Isso reflete que a moda acompanha a necessidade e o desejo da população”, afirma.

OPORTUNIDADE

Antes visto como uma oportunidade de negócio para pequenos empreendedores complementarem suas rendas durante a quarentena, agora as máscaras de tecido passaram a ser oferecidas por grandes redes varejistas em seus canais de venda.

Além da Hope, a C&A, Renner, Riachuelo e Malwee também embarcaram na produção e comercialização do produto em grande escala. De forma geral, as máscaras são de algodão e contam com camada dupla. As estampas e modelos, diversificados, podem combinar ou não com os artigos de vestuário vendidos pelas marcas.

A Hope disponibiliza um modelo de máscara para a consumidora final e outro para venda corporativa. O tamanho é único, possui duas camadas 100% algodão, são laváveis e reutilizáveis, secam rápido e tem elástico de microfibra.

A marca vende kits com 10 unidades por R$ 92,90 e kits com duas peças por R$ 19,90. A novidade é a máscara com animal print, feita de microfibra e forro 100% algodão. O kit com 2 unidades custa R$ 21,90.

A C&A, por sua vez, decidiu começar a vender máscaras após verificar uma tendência de demanda dos consumidores pelo produto. As primeiras estampas começaram a ser comercializadas pelo site em 25 de abril e, ao todo, a marca oferece 80 modelos, com preços que variam de R$ 9,99 e R$ 12,99.

As vendas, de acordo com comunicado da empresa, estão aumentando com a entrada de estoque e sortimento. “Podemos dizer que as máscaras têm seguido a tendência de performance do e-commerce, que tem registrado nos últimos meses crescimento de vendas de três dígitos”.

Já na Renner, os itens estão disponíveis em tamanho adulto e infantil, desde estampas neutras até mais coloridas e divertidas.  Cada máscara também vem acompanhada de uma bag na mesma estampa para guardar o produto, além de uma tag com instruções de uso e armazenamento.

Os produtos estão à venda no e-commerce da marca e nas lojas físicas já reabertas, inclusive no esquema de drive-thru. Os valores variam de R$ 9,90 a R$ 19,90. A cada peça adquirida, a Renner doa outra máscara para comunidades e profissionais da saúde. Todas são produzidas utilizando a técnica upcycling, com o reaproveitamento criativo de tecidos dos fornecedores da Renner.

TENDÊNCIA

As máscaras são itens de higiene e proteção e, mesmo após o fim da pandemia, devem permanecer como tendência de consumo. “Acredito que da mesma forma que ouvimos a consumidora para criar um produto que atenda a necessidade dela, vamos sentir também a demanda desse produto pós-pandemia”, afirma Sandra Chayo, da Hope.

Além de um item de proteção, a máscara é vista pelas grandes redes como um potencial artigo de moda, que pode combinar com outras peças do vestuário e até ser lançada em coleções.

“É literalmente uma nova tendência. As máscaras, como todo e qualquer item essencial, passa por modificações e inspirações das ruas. Assim como as peças de uma coleção de vestuário, temos que inovar na produção de máscaras, trazendo conforto, tecnologia, cores e estampas do momento”, explica Sandra.

Para a Renner, a diversidade de modelos, cores e estampas pode colaborar para quem deseja expressar sua personalidade através dos itens, o que também ajuda a estimular o uso e, consequentemente, aumenta a prevenção.

“Algumas máscaras contam, inclusive, com prendedores de cabelo feitos com o mesmo tecido. Já as peças com desenhos de bichinhos e de super-heróis, por exemplo, podem ajudar as crianças a aderir esse novo hábito de maneira mais leve e divertida”, diz em comunicado.

A C&A informa que “a moda é uma plataforma de expressão, e dado este contexto novo, a forma de se expressar passa por naturais transformações. Por isso estamos sempre conectados ao que nossas clientes buscam”.

PLANOS

Quanto aos planos futuros, a C&A pretende, ao mesmo tempo, reforçar seu estoque para atender a demanda do e-commerce e preparar para oferecer o produto em todas as lojas físicas que estão sendo reabertas.

A Hope, por sua vez, está desenvolvendo soluções para grandes corporações e hospitais adotarem as máscaras de tecido reutilizáveis. “Acreditamos que, com a pandemia, todos perceberam que o consumo de máscaras descartáveis nos volumes atuais não é sustentável. Planejamos aumentar a distribuição da proposta de valor das nossas máscaras de tecido para um espectro maior”, conclui Sandra.