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Mentir durante a entrevista? Nem pense em uma coisa dessas.

O desempregado sai às ruas em busca de um emprego; no bater de porta em porta e encontrar o cartaz - não há vagas - decide em determinada empresa mentir para obtenção do espaço. Alguns dias depois é chamado para trabalhar, e, na verdade começa a pisar em vidros para que a farsa não seja descoberta. Será que valeu a pena? Cinco anos atrás, Lucas de Almeida Pontes falava desta situação.

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Lucas de Almeida Pontes

Milhares de pessoas em Araraquara ainda carecem de emprego, mesmo que seja para aqueles que já possuem um grau superior ou curso completo em uma faculdade de renome. A vida dura começa no mercado de trabalho, com uma grande concorrência, às vezes de forma sadia, mas sempre gerando discussões, principalmente, quando não consegue a tão sonhada vaga na torturante entrevista de emprego em empresa de renome.

Porém, há sempre “o esperto” que quer se sair melhor que os outros, mas trapaceando os demais concorrentes. Alguns candidatos têm o costume de mentir sobre formação, cursos e experiência de trabalho durante a entrevista de emprego, tentando entrar com aquele famoso “jeitinho brasileiro”.

Diferentes especialistas dizem que existem métodos para descobrir falsas informações ou exageradas nos currículos que são prejudiciais tanto para o candidato, que acaba sendo desmascarado e eliminado da seleção, como para as empresas, pois tornam os processos seletivos mais demorados e mais caros. O hábito de maquiar qualificações para conseguir uma colocação no mercado de trabalho pode custar até mesmo cargos de alto escalão.

Lucas de Almeida Pontes, cinco anos atrás

Pós-graduado em Letras na UNESP, Lucas de Almeida Pontes cinco anos atrás ao dar uma entrevista ao RCIA dizia na época, cheio de convicção, que seguia em busca de um emprego fixo logo após de terminar a faculdade.

“Próximo à data de uma entrevista eu costumo me preparar, pois fico preocupado com a primeira impressão, além de conhecer bem o perfil da empresa. Não adianta você estudar sobre o assunto que a vaga indica. Isso vem com o conhecimento adquirido em outros lugares que você já trabalhou”, dizia ele.

Sobre falar alguma mentira durante a entrevista, Pontes se mostrava metódico. “Eu evito é dar falsas qualidades. Por exemplo, não vou dizer que meu inglês é intermediário, sabendo que ainda passo dificuldades com a língua. É preciso saber se colocar sobre algumas qualidades e isso geralmente depende de certos sinais do entrevistador”.

Além da preparação, Pontes tomava muito cuidado na forma de se expressar durante a entrevista, não querendo soar arrogante, nem estar desesperado em conseguir o emprego. “Tento sempre me expressar bem, mostrando-me capaz para a atividade proposta e responsável com meus deveres. São atitudes que revelam características e nem sempre dá pra saber se o entrevistador percebe isso”. Ele afirmava tudo isso como forma de dar conselhos, em uma época que buscava seu espaço.

Maria Antonia
Campilho Godoy, do RH

Já a coordenadora do RH da Unimed, Maria Antônia Campilho Godoy, hoje dá outras dicas para que o candidato possa ir bem durante uma entrevista de emprego. “O candidato, além de obter informações sobre a empresa, deve manter uma postura correta durante as entrevistas, ouvir as perguntas até o fim e respondê-las  em um tom audível com a maior sinceridade possível”.

Algum nervosismo é normal e até aceitável, mas o candidato não pode deixar transparecer, pois isso denotará insegurança. Se ele está preparado para o cargo não há razão para esse nervosismo. O que pode ajudar o candidato é o descanso um dia antes da entrevista. Uma boa noite de sono e alimentação podem auxiliar no dia da grande oportunidade. “A pessoa precisa ter em mente que domina o assunto e não há motivo para pânico. Em uma dinâmica de grupo deve-se considerar que todos os candidatos estarão na mesma condição que você, portanto, o nervosismo te deixa em desvantagem”.

Outra coisa que os entrevistadores observam, é como o sinal de nervosismo está elevado e a postura adotada pelo candidato, como roer unhas durante a dinâmica ou, até mesmo, o uso de gírias durante alguma resposta. “Se o candidato mentir ou inventar alguma qualidade e depois não souber executá-las em tarefas práticas, ele não terá uma segunda chance na empresa”.

MENTIR É FEIO!

A psicóloga Geisa Robiati Estevam

Para que o candidato não chegue a este ponto, ou que até tenha passado dele, é preciso reconsiderar o que é mentira e verdade para ele. Os atributos conseguidos na vida dele através da mentira farão com que comece a ter um autocontrole sobre aquilo.

“A mentira, mesmo sendo designada a impressionar, acaba por comprometer a identidade de qualquer pessoa, podendo também surgir como dependência quando trazida de forma compulsiva. O “falso apego” a uma identidade, com a incapacidade de controlar os impulsos, isso acaba se tornando um vício”, explica a psicóloga Geisa Robiati Estevam.

Muitas vezes, o entrevistado acredita que o perfil da vaga é de alguém com alto padrão de conhecimento teórico ou prático e quer então impressionar a qualquer custo. Este comportamento inseguro compromete a autoestima da pessoa, que expressa dificuldades de aceitação e principalmente, por acreditar que essa mentira sempre será velada.

“Desse modo, arruína não somente as relações de cunho profissional, como pessoal, familiar e social”, assegura Geisa.