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Brasil vence o Chile pelas eliminatórias da Copa do Mundo mas volta a ser criticado pelo péssimo futebol

O técnico Dorival Júnior colocou Luiz Henrique e Endrick para tentar imprimir velocidade. E a estratégia deu certo quase no "apagar das luzes": aos 43, Luiz Henrique fez o gol da vitória brasileira na capital do Chile.

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Brasil vence, mas não convence em mais uma partida das eliminatórias

Poucos jogadores se salvaram de mais uma noite de futebol instável da Seleção Brasileira nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Se a vitória contra o Chile, por 2 x 1, não disfarçou uma versão negativa de uma equipe ineficiente e burocrática, os gols marcados pelos botafoguenses Igor Jesus e Luiz Henrique impediram um cenário ainda mais caótico. Com 13 pontos, o time verde e amarelo subiu para a quarta colocação e chegará a Brasília, nesta sexta (11), menos pressionado, embora ainda não tenha conseguido convencer.

Os atacantes destaques da campanha do líder Botafogo na Série A do Campeonato Brasileiro salvaram o dia. A titularidade de Igor Jesus em uma partida tão importante na caminhada das Eliminatórias até recebeu questionamentos. Assim como boa parte da equipe do treinador Dorival Júnior, o camisa 19 não fez uma partida tecnicamente perfeita. No entanto, espantou o nervosismo de vestir a Amarelinha pela primeira vez e mostrou oportunismo ao aproveitar a boa chance criada com cruzamento de Savinho. Quando o cenário estava complicado, Luiz Henrique saiu do banco para resolver.

A vitória, porém, não pode apagar os repetitivos defeitos da equipe. Mais uma vez, o Brasil abusou da ineficiência e da ausência de criatividade. No melhor estilo “arame liso”, a Seleção ostentou grande posse de bola (71%), mas encontrou imensas dificuldades na evolução das jogadas e, principalmente, no momento do passe para colocar os atletas em condições de colocarem a bola na rede. Mal das pernas nas Eliminatórias para a Copa do Mundo 2026 e distante da zona de classificação, o Chile pouco fez e contou com a desatenção ofensiva do time verde-amarelo para abrir o placar logo no primeiro minuto.

Loyola teve bastante liberdade para armar cruzamento perigoso na segunda trave. Sem nenhuma marcação para incomodar, o atacante atleticano Eduardo Vargas subiu nas costas do lateral Danilo e, de cabeça, encobriu Ederson, provocando explosão nos chilenos nas arquibancadas. Naquela altura, o Brasil aparecia na sétima colocação da classificação das Eliminatórias e vivia o incômodo de estar na zona de repescagem para jogar o Mundial de 2026. O nervosismo por começar mais uma partida fora de casa atrás do placar — a equipe ganhou apenas do Peru longe do território nacional e perdeu outras três vezes — deixava a Seleção pragmática e burocrática.

O gol de Igor Jesus veio na reta final do primeiro tempo e serviu para aumentar a confiança do Brasil na etapa final. Aparentemente mais organizado, o time acuou o Chile e entrou mais na área. Raphinha chegou a marcar belo gol, mas em posição de impedimento. A Seleção reclamou de pênaltis não marcados em Rodrygo e Savinho. Porém, o futebol apresentado também voltou ao nível de marasmo habitual nos últimos compromissos. Embora a posse permanecesse com a equipe nacional, era nítida a dificuldade de exercer uma pressão capaz de gerar o gol da vitória. Assim como no primeiro tempo, o Chile não ameaçava o goleiro Ederson.

Dorival Júnior tentou mudar o cenário com as substituições. No entanto, as escolhas de trocar peças da mesma posição serviram apenas para dar fôlego novo a uma equipe sem alternativas táticas para surpreender os adversários chilenos. Não faltou vontade de resolver, mas a equipe tropeçava nas próprias dificuldades e esbarrava na forte marcação. Os minutos finais indicavam um caminho burocrático, até outro jogador do Botafogo mudar o cenário. Luiz Henrique recebeu a bola pela direita, ativou a melhor versão da temporada 2024 e chutou cruzado para garantir os três pontos para o Brasil em dia de baixo rendimento.

No cenário atual, o jogo contra o Peru, terça-feira, às 21h45, no Estádio Nacional Mané Garrincha, ganhou contornos mais serenos com o fim da série de resultados negativos acumulados. A Seleção Brasileira chega à capital federal na sexta-feira (11). A viagem será iniciada logo após a vitória para o Chile. Com a cabeça mais tranquila, mas com muito a pensar para corrigir o futebol ineficiente no comando de Dorival Júnior, a equipe fará apenas trabalhos regenerativos para recuperar o desgaste da vitória suada em Santiago. No sábado e domingo, o grupo de convocados treinará no Estádio Bezerrão, no Gama, para encontrar o caminho não só das vitórias, mas das boas atuações.