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Independente de Araraquara, o quarto clube fundado por Pereira Lima

Em tempos em que Araraquara teve a famosa rivalidade Ferro-ADA, por pouco a cidade não teve mais um clube profissional nos anos 60 para tentar bater de frente com a Locomotiva

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Antônio Tavares Pereira Lima marcou o seu nome na Morada do Sol - Crédito: Câmara Araraquara

No passado, Araraquara era referência na revelação de muitos jogadores para o futebol paulista e brasileiro. De ter o seu sustento através do futebol amador, viu também uma rivalidade ascender na cidade, com o clássico entre Ferroviária e ADA (Associação Desportiva Araraquara), que popularmente se tornou Ferro-ADA.

A popularidade se tornou alta com o clássico, principalmente no duelo entre as classes, visto que a elite pertencia a ferrovia, logo ao time grená, enquanto o azul-celeste tinha o carisma do povo, principalmente do bairro São José.

O dérbi araraquarense foi intenso durante o seu pouco tempo de existência durante a década de 50, mas o personagem que chamou atenção estava fora das quatro linhas.

Antônio Tavares Pereira Lima era o fundador dos dois clubes, o “pai das crianças”. Ele havia fundado o América de São José do Rio Preto, em 1946, antes de se mudar para Araraquara para trabalhar na EFA e fundar a Ferroviária (1950) e ADA (1952), sendo também prefeito da Morada do Sol.

Com poucos recursos, a ADA licenciou o seu departamento profissional em 1957, se dedicando ao futebol amador. Mas nada daquilo tirou a atenção de Pereira Lima, que sempre se manteve presente no que era relacionado ao futebol.

Em meio a registros, um recorte do jornal “O Imparcial” do dia 23 de abril de 1967, ilustra o que seria o quarto time fundado por Pereira Lima, o terceiro em Araraquara: o Independente-66, provavelmente em alguma referência ao Indenpediente, da Argentina, que era o atual bicampeão da Libertadores (1964-65).

Na nota divulgada pelo jornal, o clube estava pronto para a disputa da 1ª divisão do Campeonato Paulista, na época conhecida como “Divisão de Acesso”, para tentar chegar a Divisão Especial.

Para disputar, o Independente usaria o registro da ADA na Federação Paulista e assim fazer a fusão, o que permitiria a participação na competição.

O time seria formado por jovens jogadores da cidade e algumas outras peças viriam de outras cidades. O orçamento era de, aproximadamente, mil e quinhentos cruzeiros novos.

As partes aguardavam apenas o retorno de Pereira Lima, que estava em viagem na Europa, para dar início ao profissionalismo do mais novo clube da Morada do Sol, mas tudo acabou ficando pelo meio do caminho.

A história do Independente-66 ficou apenas no papel, mas deixa claro como Pereira Lima era um grande entusiasta quando o assunto era futebol.

Recorte do jornal “O Imparcial” de 1967 – Crédito: Rafael Zocco/Arquivo Pessoal