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Tetracampeã brasileira de BMX leva título nos Jogos Abertos

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Jogos Abertos 38

Priscilla Stevaux, representante de Indaiatuba, conquistou o 1º lugar no pódio na manhã desta 5ª na pista do Jardim Botafogo; Além de Indaiatuba, Santos e São José dos Campos também subiram ao pódio

Jogos Abertos 38Priscilla Stevaux competindo e vencendo em São Carlos 

A tetracampeã brasileira de BMX, Priscilla Stevaux (imagem acima), conquistou o 1º lugar na 82ª edição dos Jogos Abertos do Interior, representando Indaiatuba. A competição ocorreu na manhã desta quinta-feira (15), na pista do Jardim Botafogo, em São Carlos. “É uma honra muito grande poder participar dos campeonatos de ciclismo BMX, ainda mais sendo mulher, porque é um esporte tipicamente masculino, porém a categoria feminina vem crescendo a cada dia e obtendo ótimos resultados”, falou a atleta de 24 anos.

Priscilla treina de quatro a seis horas por dia e diz que é necessário 100% de esforço. Treinada pelo próprio irmão, Douglas Stevaux Carnaval, técnico dos pilotos de Indaiatuba, ela conta que sua dedicação é integral ao esporte, mas garante que vale a pena porque o resultado aparece.

“Venho de um ano bom, conquistei o tetracampeonato brasileiro na elite e fiquei bastante contente. Meu primeiro título de panamericano veio na categoria elite também, o que me deixou muito feliz, porque foi um título muito sonhado desde criança. E estar nos Jogos Abertos em São Carlos é tão importante quanto, porque a adrenalina é a mesma e a vontade de vencer também”, ressaltou.

Depois de acompanhar tudo de perto, o técnico e irmão mais velho da campeã ficou todo orgulhoso. Além de técnico, Douglas é a grande inspiração da irmã. “É uma responsabilidade muito grande porque quando você se torna o reflexo de uma pessoa, você tem que estar sempre transmitindo bons valores, ter bom caráter, passar energia positiva a todo momento para ela, procurando o melhor pra todos, mas ela é muito dedicada e nos damos muito bem”, revelou Douglas.

A PROVA

No total 13 atletas do feminino e 31 do masculino participaram da prova de ciclismo BMX nos Jogos Abertos deste ano. Além de Indaiatuba, Santos e São José dos Campos conquistaram pódio na 1ª divisão ao lado de Priscilla. Já no masculino, São José dos Campos levou o primeiro e o segundo lugar, e Santos ficou com o terceiro.

“Os atletas treinam em média cinco a sete vezes por semana, de acordo com a época de competição, e fazem dois a três treinos por dia. Nossos atletas já vêm em uma sequência de competições do ano todo, porque eles já competem no âmbito nacional e internacional, então viemos mesmo para representar nosso município. A pista é igual pra todo mundo, nesse sentido não havia favorito”, comentou o técnico do ciclismo BMX de São José dos Campos, Valdir Junior.

As provas do BMX são disputadas em baterias com oito atletas cada, até se chegar à final. As bicicletas utilizadas pelos competidores possuem rodas com aro 20”, além de uma marcha e um freio. A largada é dada de uma plataforma de cerca de 10 metros de altura e os atletas passam por obstáculos montados na pista até cruzar a linha de chegada.

“O BMX é um esporte de potência muscular, é força vezes aceleração. Você tem a arrancada muito forte e a pilotagem muito difícil, então não adianta estar muito rápido e não saber controlar a bicicleta. Por ter uma roda pequena, ela é muito ágil, então você tem que ser piloto mesmo. Esse é um esporte considerado radical”, explicou o experiente piloto do BMX de São Carlos, Everton Douglas da Silva, o Tom (imagem abaixo).

O atleta teve papel importante na idealização da pista do Botafogo, construída para os Jogos Regionais deste ano. “Levei 15 anos para conseguir uma pista para São Carlos, estou pedindo uma pista assim há anos. Já ganhei três medalhas de ouro aqui, então é justo que eu treine em uma pista, e essa veio para ficar”, comemorou o piloto, que também é técnico e professor da modalidade há 35 anos.

EM FAMÍLIA

Indaiatuba tem outra história interessante na equipe feminina. A atleta Vanessa Maria de Freitas Oliveira, de 33 anos, treina junto com o filho de 14. Tudo por causa de um desafio. “Meu filho começou primeiro inspirado em meu irmão. Um dia fui assistir uma prova e o cobrei dizendo que ele tinha capacidade de ganhar de um determinado piloto. Ele me respondeu assim: ‘Vai você correr, porque não é fácil’. Eu disse: ‘Então tá bom, eu vou’.  E já faz dois anos que estou no esporte. No início meu filho ficou chocado e não acreditou que eu fosse treinar mesmo ou que eu iria continuar, mas agora ele me dá a maior força”, relatou Vanessa.

O BMX, conhecido em sua forma mais simples como bicicross, atrai o interesse de adultos e crianças. E é uma modalidade que pode ter início como um simples programa de lazer e evoluir para as competições. “Certo dia meu pai passou em frente à pista de BMX e estava tendo uma competição. Meu irmão pediu para meu pai parar e gostou tanto do esporte que quis começar. E eu, porque ele começou, quis começar no mesmo dia. E desde então estamos juntos, entramos na Seleção Brasileira quase juntos – ele em 2009 e eu em 2010 – e não nos separamos mais”, contou Priscilla.