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Wilson Silveira Luiz é homenageado pela ACEESP

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wilson silveira luiz

 wilson silveira luizRadialista araraquarense recebe prêmio em São Paulo

Na noite da última sexta-feira, a ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo) fez a premiação do Troféu ACEESP 2018, quando homenageia os principais profissionais de veículos de comunicação de São Paulo.

Um dos homenageados foi o radialista araraquarense Wilson Silveira Luiz, de 81 anos, 61 deles dedicados ao jornalismo esportivo da cidade de Araraquara.

WSL recebeu o troféu em comemoração aos 50 anos de jornalismo, juntamente com Lucas Iazzeti (São Paulo), Alfredo Orlando Enz (Campinas) e Walter Dias (Santos).

Wilson é referência no meio radiofônico, principalmente quando o assunto se trata de Associação Ferroviária de Esportes, o qual vivenciou os principais momentos do clube, desde a inauguração da Fonte Luminosa na partida contra o Vasco, o primeiro gol marcado na história do clube, até o primeiro acesso na elite do Campeonato Paulista, participando da excursão na América Central em 1968.

Além disso, é fundador da Liga Bochófila de Araraquara, juntamente com Ildeu Wolfarth, no dia 1º de março de 1992. O marco desta modalidade é tão grande que o Dia da Bocha é comemorado justamente no dia 16 de outubro, data também de seu aniversário.

WSL exerce a função até hoje, onde integra a equipe do Portal Esporte e Lazer, e é um dos apresentadores do programa “Quintal do Esporte e Lazer”.

Confira um relato de Wilson Silveira Luiz, divulgado ao blog “Ferroviária em Campo”, de Vicente Baroffaldi, no dia 25 de abril de 2013, onde ele relata os principais momentos ao lado do escrete grená e torceu para José Roberto Fernandes voltar a narrar um jogo da Ferroviária na elite do Paulistão.

Além de grande locutor, é também um profeta?

EU VI TAMBÉM…

Dia 12 de abril de 2013.  A Ferroviária completou 63 anos.

Acompanhei com carinho muito especial, o programa BALANÇO GERAL, da Rádio Cultura, com os Campeões da Bola.

O legendário Alberto Lemos (101 anos), muito bem entrevistado pelo Dr. Luís Marcelo Inaco Cirino, contou tudo sobre a fundação da AFE, construção do Estádio, primeiros jogos, etc.

Em cada “causo” contado eu dizia pra minha esposa Cidinha:  “Eu vi também…Eu estava lá.”

E assim foi durante todo o programa.

Sobre a fundação da AFE, eu me recordo que o meu saudoso pai Onofre trabalhava na ferrraria da oficina da EFA, ao lado de João Maria Belline, pai do Wagner.

O pessoal da estrada tinha um time que jogava num campo de terra, no finalzinho da Rua Zero, onde está hoje o Hospital São Paulo. 

O jovem engenheiro Antônio Tavares Pereira Lima, nascido em Guaranésia-Minas Gerais, havia chegado, transferido de São José do Rio Preto (Lá na Capital da Araraquarense, Pereira já havia manifestado a sua vocação para atuar no esporte. Tinha fundado o América FC).

Aqui em Araraquara, coordenou a criação de um Clube que seria para recreação do pessoal ferroviário.

Meu pai gostava de caçar passarinhos. E no local onde hoje está a Arena da Fonte, havia muito pintassilgo, coleirinha, sabiá, bicudo, canário da terra, azulão, pássaro preto e até patativa com bico de louça. E na parte mais baixa ,mais perto do rio, tinha muita codorna. E por incrível coincidência, tinha muito avinhado (também chamado de curió).

wsl teiaWilson Silveira Luiz entrega o Cartão de Prata ao atacante Téia por ter sido o artilheiro do Paulistão de 1968, ficando a frente de Pelé

Eu vi

No jogo inaugural, realizado dia 13 de maio de 1951, no então Estádio Municipal Dr. Siqueira Campos (hoje pertencente ao Clube Araraquarense), a AFE ganhou do E. C. Mogiana, de Campinas, por 3 a 1. O Fordinho marcou o 1º gol da história grená. A carteirinha de filho de sócios ainda não estava pronta. Numa mesinha colocada no portão principal, estava Oswaldo Vicente Ferreira, reconhecendo os filhos de sócios. Eu entrei acompanhado de meu pai e assisti o jogão. Eu tinha 14 anos.

Em 10 de junho de 1951, assisti o jogão Vasco da Gama 5 x 0Ferroviária, com arbitragem de Alberto da Gama Malcher, um “astro” do apito internacional. 

Eu vi

A decisão de 1953, numa chuvosa manhã de domingo no Pacaembu, quando o goleiro Inocêncio fechou tudo e o Américo Murolo fez três para o Linense e acabou com o sonho do acesso, eu tinha 16 anos e assisti esse jogo a lado do meu tio Eugênio, que morava em Jundiaí. Chorei muito. 

Eu vi

Em 1955, AFE 15 x Velo Clube Rioclarense 1, na Fonte, quando o Cardoso marcou 7 gols.

(A Gazeta Esportiva destacou o fato como sendo recorde mundial no futebol profissional com um atleta marcando 7 gols. E essa marca permaneceu por muitos anos).

Eu vi

Em 1956, quando a AFE ganhou do Botafogo por 6 a 3, na Fonte, e subiu pela primeira vez para o Grupo de Elite. Que festa! 

Correspondente da AFE

Em 1957, servindo ao Exército Brasileiro, no Quartel do 2º Batalhão de Caçadores, em São Vicente, fui nomeado representante da AFE, pelo Presidente Dr. Eugênio.

Terminei meu tempo de Exército e mudei para São Carlos, onde residia minha família.

Ali na Cidade Sorriso, também fui representante da Ferroviária. Comecei a trabalhar na Rádio Progresso conduzido pelo meu amigo Antônio Walter Frujuelle.

Sempre que possível, vinha para Araraquara para transmitir jogos da AFE no Paulistão.

E pela Progresso transmitia de vez em quando algum grande clássico.

Na entrevista do Bazani, apresentada no dia 12/abril/2013, pela Cultura, o “Rabi” falou de uma vitória do Santos sobre o Corinthians no Pacaembu, por 7 a 4. Bazani anotou o quarto gol corinthiano. Eu vi, porque narrei o jogo pela Rádio Progresso.

Em 1966, Aldo Comito e toda a Diretoria afeana, promoveram nas antigas instalações de campo do Cube Araraquarense, uma reunião histórica. Eu fui convidado, apesar de residir em São Carlos, na condição de representante grená.

Naquele dia eu senti que a volta já estava desenhada. Apesar de estar distante, acompanhei com interesse incomum a campanha grená que culminou com aquele histórico gol de Maritaca, contra o XV de Piracicaba, no Pacaembu. (A narração impecável, pela Cultura, foi de Antônio Carlos Araújo, um dos melhores locutores esportivos de todos os tempos).

wsl momentosRadialista em alguns momentos de sua brilhante carreira

Voltei

No final de 1966 estava eu de volta a Araraquara, onde assumi a Direção da Equipe de Esportes, da Rádio A Voz da Araraquarense. Que alegria poder acompanhar de perto e como Narrador Esportivo, a minha gloriosa Ferroviária. E daí até a minha aposentadoria em 1985, foi mais alegria que dissabor.

O Tricampeonato do Interior – 1967, 1968 e 1969; a excursão por gramados das três Américas em 1968. (Eu estava lá, feliz da vida. Quanta saudade!. A Taça dos Invictos; Torneio Incentivo. Campeonato Brasileiro (fiquei arrepiado quando no programa da Cultura, o Zé Roberto reprisou um gol narrado por mim no Maracanã. Gol de Claudinho (de Brotas)… onde tive a complementação do inesquecível repórter Wagner Bellini (o 3 em 1). Que emoção!

Gente, aqui o espaço é muito pequeno para descrever tudo que eu vi na vida da AFE.

Prometo voltar com novos episódios. Por enquanto, obrigado, principalmente ao José Roberto Fernandes, pela demonstração de profissionalismo. Ele que é hoje o “arauto” do futebol grená.  E que em 2015, o Zé possa voltar a transmitir jogos da Ferroviária na Divisão de Elite.”

Crédito das fotos: Reprodução/Youtube – Blog Ferroviária em Campo