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CEO da Ferroviária fala sobre mudanças de treinadores, pandemia e Série D

Diretor afirmou que testes para COVID-19 realizados em atletas e funcionários deram negativo, e do investimento até aqui da MS Sports no clube

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CEO da Ferroviária, Pedro Martins acredita no fortalecimento do e-sports dentro do clube - Crédito: Rodrigo Corsi / FPF

A Ferroviária tem batido de frente com a pandemia do coronavírus (COVID-19) que assola todo o mundo. Durante este período, o clube tem se estruturado, trazendo reforços de peso para a disputa da Série D do Brasileiro, além de ter criado o Departamento de Mercado e Captação de Atletas e o Departamento de Desenvolvimento Humano.

Em coletiva realizada na última quinta-feira, o CEO Pedro Martins comentou da sua primeira passagem do clube, em 2017, e como vê atual momento durante este período de evolução com a chegada da investidora MS Sports, das trocas de treinadores no time masculino e da dificuldade que será a disputa da Série D mesmo com o alto investimento.

“Este primeiro momento da Ferroviária [2017] foi de estruturação e organização. Demos passos muito importantes com relação a profissionalização de algumas áreas, ressaltando a estruturação do Departamento de Marketing e também do Financeiro, que já tinha uma organização importante, mas evoluímos em algumas etapas. O futebol feminino tinha uma gestão mais compartilhada com a Secretaria de Esportes e hoje tem uma estrutura grande para sua gestão, atendendo as novas exigências. Esta foi uma etapa que possibilitou que a Ferroviária conseguisse, em 2019, dar este passo de ser adquirida por fundo importante como foi”, contou.

“Aprendi muito durante esta passagem de um ano e meio como vice-presidente de Departamento de Competições da FPF e recebi o convite de voltar para uma nova Ferroviária, em termos de exigência, pensamento e projeção. Hoje é um ambiente mais complexo, com um conselho gestor com pessoas extremamente capacitadas e que nos cobram diariamente a evolução do clube em todas as áreas. Claro que falamos constantemente do futebol profissional, que a ponta final e chama sempre atenção, mas não podemos deixar de falar das áreas que dão suporte profissional e que hoje nós temos uma demanda muito grande de evolução para que a Ferroviária possa chegar em uma Série B nos próximos anos”, completou.

TROCA DE TREINADORES

“Todo processo de transição, não só no futebol, mas empresarial, leva um período para chegar a sua maturidade. As pessoas que estão chegando entenderam como é a cultura da organização que adquiriu, assim como as pessoas que já estavam, entenderam as novas demandas e as solicitações do grupo que chegou. Quando a gente traz isso para o futebol, fica mais evidente porque tem o jogo. Por isso, ao longo dos meses, eu e todas as pessoas que estão no dia a dia, tentam suavizar esse processo de transição e acredito que estas trocas foram frutos deste processo. Hoje, quando a gente analisa o modelo de organização e gestão, entre presidente, diretoria e comitê gestor, vemos um alinhamento muito maior. Durante este momento de pandemia, avaliamos os erros e acertos. A chegada do Dado [Cavalcanti], identificamos um perfil. Em cima do perfil, temos a qualidade de trabalho, rotina, dia a dia, liderança, integração com as categorias de base e até do futebol feminino para escolhermos o treinador. Hoje, me sinto mais tranquilo e confiante, pois passamos por este período de turbulência que faz parte da transição de quando um clube é comprado e agora estamos dando passos a frente para que a Ferroviária consiga os objetivos desportivos que é o que queremos”.

TESTES NEGATIVOS PARA COVID-19

“A Ferroviária fechou uma parceria com o laboratório São Lucas, no qual já tínhamos para a realização de exames de nossos atletas e, algumas semanas atrás, fizemos uma bateria de testes [de COVID-19] dos jogadores e funcionários que estavam na cidade. A gente vem acompanhando de perto a evolução dos casos em Araraquara. A FPF tem orientado que os clubes comecem a se preparar e, dependendo como for o posicionamento do Governo do Estado, para que ocorra mais um ciclo de testes na semana que vem. Nós já conversamos com o laboratório. Como a Ferroviária é um clube que está operando em home office, nós não tivemos nenhum caso, mas isso não quer dizer que os cuidados e protocolos tenham que ser modificados. O número de casos tem aumentado e nós estamos tomando todos os cuidados durante o dia a dia para que pessoas não contraiam o vírus”.

VOLTA DO FUTEBOL

“A gente tem que trabalhar com as condições que estão sendo colocadas. A partir do momento que se iniciou a pandemia, montamos uma estrutura para acompanhamento dos atletas mesmo a distância e temos que saber lhe dar com a ansiedade. É natural e todos nós temos neste momento. A estrutura muito importante da área de psicologia e desenvolvimento humano, este setor tem dado um apoio muito importante, não só nos atletas profissional, mas no departamento de futebol feminino e categorias de base como um todo. Vejo a Ferroviária atuando com muita excelência e com profissionais que tem se preocupado em dar todo respaldo aos nosso atletas.

É importante voltar? Claro que é importante, mas desde que da melhor maneira, a mais segura possível. Que essa volta não represente um risco e as nossas atividades econômicas não retornem ao fechamento. A gente vem falando isso com outros clubes também. Mas, se a volta ocorrer da forma mais segura possível, a Ferroviária pensa que pode ser uma evolução”.

SÉRIE D

“O clube tem desenhado algumas metas: desenvolvimento de infraestrutura, da empresa e esportivas. É óbvio que o investimento que a Ferroviária está fazendo e organização está implementando, o clube vai brigar pra subir na Série D. Sabemos que não é uma competição fácil e não quer dizer que pelo investimento feito que a nós vamos chegar. A gente tem falado isso com a comissão técnica e o Dado tem reforçado muito isso também, que é uma competição extremamente difícil e aí a gente vai ter que respeitar absurdamente o nível dificuldade desta competição. O investimento é uma parte importante, mas não te garante nada. Vai ter que envolver muito trabalho e esforço, muita dedicação de todos nós e que a Ferroviária consiga atingir este objetivo”.