A goleada sobre a Portuguesa dentro do Paulista Feminino pode ter sido um recomeço para a Ferroviária nesta reta decisiva da temporada para o clube.
Na briga por uma vaga às semifinais no estadual, as Guerreiras Grenás terão ainda a participação na Brasil Ladies Cup, torneio que começa na próxima terça-feira (8) com confronto diante do São Paulo, às 18h30, na Fonte Luminosa.
As chances são estas para poder apagar a dolorosa eliminação precoce nas quartas de final da Libertadores Feminina para o Deportivo-Cali-COL, adiando o sonho do tricampeonato continental por um tempo, já que não disputará a edição do ano que vem.
Na coletiva pós-jogo da última quarta-feira (2), a treinado Jéssica de Lima falou sobre este momento, contextualizou sobre a representatividade do futebol feminino e de que espera que o elenco tire lições das derrotas sofridas, acreditando no potencial das atletas.
“Eu pontuei pra elas que, às vezes, a gente demora uma vida para ganhar um título e temos jogadoras que têm muitos títulos aqui. O que mais falo para elas é dar o nosso melhor todo dia. O que faz uma pessoa ser vencedora e campeã é todo dia acordar e fazer o que tem que fazer, motivado ou não. Eu sinto que somos privilegiadas em fazer o que gostamos, não tem o que pague. Tenho muitas amigas, de infância e adolescência, e eu recebo mensagens até hoje falando ‘sou frustrada na minha vida porque o meu pai não me deixou jogar’. Relativamente, as atletas sobrevivem muito bem do futebol”.
“Elas têm em uma treinadora a possibilidade de conseguir visualizar alguma coisa esperançosa sempre pra frente. Comigo, eu não quero jogadoras que só ficam na lamentação e não entendem o porquê. Eu mostrei para elas no jogo porque nós não ganhamos, coisas que nós poderíamos ter feito melhor. Não foram por erros individuais, mas coletivos. Eu também tenho a minha gama de responsabilidade. Trabalhar o emocional destas meninas é elas saberem que são donas do futuro delas. Se elas quiserem fazer uma final de ano melhor, tem potencial pra tal. Se acharem que o ano está difícil por não terem conquistado aquilo, cada vez fica mais difícil o que está vindo pela frente. Eu tento conscientizar neste sentido”, completou.
Lima aproveitou também para deixar um recado para o grupo de jogadoras e que ninguém tem lugar cativo na equipe, prometendo acirrar ainda mais a disputa por posição na busca pela titularidade.
“Comigo, joga e tem oportunidade quem está a fim e quem quer. Pode ser a craque, a melhor jogadora do time, mas se não tiver na pegada, pra mim, pouco importa. Eu sei o quanto jogadora com vontade de vencer superam as adversidades, muito mais que talento ou qualquer coisa. Foi bem pontuado isso para elas e vamos interpretar o porquê não ganhamos, trabalhar, para que a gente tenha um time mais coeso, sabedor e entendedor do que está fazendo, para que não sofra o que sofreu”, contou.
No Paulista Feminino, as Guerreiras Grenás ocupam a quinta colocação com 18 pontos e seguem na coloca do G4, ficando a um ponto do Palmeiras, que ocupa a quarta colocação com 19.
