Home Ferroviária

Jéssica de Lima é apresentada oficialmente pela Ferroviária: “Sentimento de honra por estar aqui”

Em seu primeiro trabalho nas Guerreiras Grenás, treinadora falou sobre a decisão de sair da Seleção Brasileira Feminina Sub-20 e continuidade de trabalho em uma equipe

181
Crédito: Tiago Pavini/Ferroviária SAF

Na manhã desta segunda-feira (12), a Ferroviária apresentou oficialmente a treinadora Jéssica de Lima, que comandará as Guerreiras Grenás, tendo como primeiro desafio a sequência dentro do Campeonato Paulista.

Antes da coletiva, ela comandou o seu segundo treinamento a frente da equipe no estádio da Fonte Luminosa. Parte da atividade, que pôde ser acompanhada pela imprensa, realizou o trabalho em campo reduzido, trabalhando o passe com tomadas de decisão rápidas.

Por volta das 11h30, Lima, de 41 anos, chegou à sala de imprensa e concedeu a sua primeira coletiva. Em suas primeiras palavras, ela relembrou a importância de como eram os embates do Rio Preto, clube no qual defendeu por 19 anos, e Ferroviária, dizendo que os confrontos a ajudaram a crescer profissionalmente e também como pessoa. Apesar de toda a rivalidade no passado, a treinadora se disse honrada em estar defendendo a cor grená.

“Foram grandes jogos, grandes embates e foram jogos que me transformaram muito como atleta e pessoa. Então, eu consigo visualizar uma Ferroviária muito próxima de algumas identidades do Rio Preto. Por isso, estou me sentindo muito em casa, na cidade e no clube, com as pessoas que aqui estão, porque é muito próximo do que eu acredito, do que eu vivo e só consigo ter um sentimento de honra por estar aqui na Ferroviária”, declarou.

Ela também explicou a sua saída da Seleção Brasileira, onde era auxiliar-técnica de Jonas Urias no time feminino Sub-20, e que se sentia preparada em aceitar um novo desafio em sua carreira de comandar uma equipe.

“A minha saída da Seleção foi muito natural, até porque o meu projeto de carreira era, sim, ser treinadora. Eu não quis transitar até a área técnica como responsável maior, eu achava que tinha que melhorar em muitas questões. É muito diferente você jogar e passar para o atleta o que tem que fazer. Você, quando está jogando, tem a responsabilidade nas ações dentro de campo, já fora você delega, entrega ao atleta o que ele tem que fazer. Esse processo, eu não queria pular nesta etapa. Como auxiliar na Seleção, eu consegui ver muito isso, muita coisa boa, nos processos de como eu queria dentro do futebol. Com a campanha histórica que fizemos, isso realmente atrai novos projetos. Sai por não conseguir alinhar as duas coisas. A Ferroviária é muito grande para você não conseguir se entregar inteira, por isso eu preferi encerrar o meu ciclo na Seleção Brasileira”

Com poucos dias de trabalho, Jéssica não pretende mudar muitas peças dentro da equipe e diz que o momento agora é de entendimento entre comissão técnica e grupo de jogadoras para que os ajustes possam ser feitos futuramente, mas pretende colocar a Ferrinha novamente na luta por títulos.

“O caminho está sendo conquistado no dia a dia com o clube, visualizando as ideias de jogo que já existem com as que eu acredito. Eu acho que a Ferroviária é muito maior sobre o que eu penso de futebol. Então, eu tenho muita coisa pra agregar e acredito que a gente vai se encontrar em um melhor caminho, que é colocar a Ferroviária nos trilhos novamente. Não consigo visualizar outra maneira de enxergar. Olhar pra cima sempre. A Ferroviária tem que estar nos lugares mais altos de qualquer tipo de campeonato”.

“Toda jogadora que por esta camisa, tem que estar dentro dela e o caminho que a gente vai trilhar é do entendimento meu com o grupo e clube para que possamos encontrar as melhores estratégias para solucionar qualquer tipo de situação que possa eventualmente acontecer, já pensando no jogo contra o São Paulo”, completou.

Lima falou também sobre a troca constante no comando técnico e diz que isso faz parte da cultura do futebol quando os resultados não vêm. Apesar disso, ela acredita que, a princípio, fazer um trabalho de curto prazo visando as competições, possa trazer um desempenho melhor para a equipe.

“É uma questão, às vezes, até cultural em termos de resultados. Eu acho que os trabalhos têm que ser de longo prazo, mas com as coisas acontecendo. O cargo de treinador é muito desgastante. É o dia a dia, é uma cobrança diária e isso acontece. Cabe a gente ver onde está acontecendo este desgaste e que sejam cada vez menores. No meu perfil, eu fico muito tempo em um lugar. Fiquei muito tempo no Rio Preto, tenho relacionamento de vida há muito tempo, amizades e consigo gerenciar muito bem isso. Mas, é óbvio, com o cargo de treinador, as coisas mudam. O meu pensamento aqui na Ferroviária é neste ano com a disputa do Campeonato Paulista e depois nos outros campeonatos. Eu penso em trabalho a curto prazo para conseguir ter uma eficiência maior”, contou a treinadora.

O confronto entre Ferroviária e São Paulo acontece nesta quinta-feira (15), às 21h30, na Fonte Luminosa, em jogo válido pela quinta rodada do Paulistão Feminino.