Na tarde desta segunda-feira (17), a CBF realizou sorteio dos confrontos da primeira fase da Copa do Brasil e a Ferroviária enfrentará o Vasco em duelo único na Fonte Luminosa. Data e o horário do confronto serão definidos em breve.
Este será o terceiro duelo entre as equipes em Araraquara. O primeiro confronto havia acontecido no dia 10 de junho de 1951, jogo que marcou a inauguração do estádio Dr. Adhemar Pereira de Barros, a Fonte Luminosa.
O convite veio através do então presidente e fundador da Ferroviária, Antônio Tavares Pereira Lima, um grande fã do futebol carioca e que na época tinha o Vasco como o time mais forte do Brasil e era base da Seleção Brasileira, vice-campeã mundial em 1950.
Confira o relato reproduzido pelo Museu do Futebol e Esportes de Araraquara sobre o acordo feito para o amistoso:
No dia primeiro de abril de 1951 era conhecido o telegrama enviado ao clube carioca:
“Confirmando os entendimentos havidos entre o senhor Eurico Lisboa Filho e nosso presidente doutor Pereira Lima vimos fixar data dez de junho próximo vinda do time titular Vasco da Gama inauguração do estádio Ferroviária Esportes Araraquara mediante cem mil cruzeiros livres e viagem avião e estadia. Segue correspondência. Pedimos confirmar telegraficamente. Saudações. Alberto Lemos. Secretário Geral Associação Ferroviária Esportes. Araraquara. Literalmente, esse foi o texto.
Em resposta, no dia 2 de abril de 1951, a diretoria do Vasco da Gama encaminhou a resposta: “Urgente. Associação Ferroviária Esportes. Araraquara. Respondendo seu telegrama confirmamos o jogo dez de junho. Vasco da Gama.”
Com público de aproximadamente 20 mil pessoas, o cruzmaltino mostrou porque era o grande time do momento e goleou a Ferrinha pelo placar de 5 a 0 definido logo no primeiro tempo, tendo Friaça como artilheiro do jogo com quatro gols marcados, sendo autor do primeiro gol do estádio, e de Tesourinha.
O Vasco, comandado pelo técnico Flávio Costa, foi a campo com Barbosa; Augusto (Laerte) e Clarel; Ipojucan (Lola), Danilo e Alfredo; Tesourinha, Ademir (Amorim), Friança, Maneca e Djair (Chico).
A Ferroviária, do técnico Zezinho Silva, foi escalada com Sandro (Tino); Sarvas (Espanador) e Aléssio; Pierri, Basso e Pimentel (Rudge); Guardinha (Baltazar), Fordinho (Milton Viana), Marinho (Fordinho), Gonçalves e Baltazar (Tonhé).
Já a segunda vez aconteceu em 1959, em outro jogo marcante. O cruzmaltino retornou à Morada do Sol para uma partida amistosa que marcou a inauguração das quatro torres de iluminação, dando início as partidas noturnas no estádio e serviu também como comemoração aos nove anos de existência do clube grená, fundando em 12 de abril de 1950.
O detalhe que isso só foi possível graças a negociação do ponta-esquerda Boquita ao Corinthians, em 1957. Com o dinheiro, foi possível continuar o projeto para a colocação das torres de iluminação.
“Perdemos um ídolo, mas ganhamos a iluminação do Estádio”, declarou o presidente da Locomotiva na época, Dr. Amador Gallucci.
Com a bola rolando, o duelo desta vez foi mais equilibrado e cheio de gols com um empate por 3 a 3. Almir, Rubens (pênalti) e Antoninho (contra), marcaram para o time carioca, enquanto, Bazani, Paulinho (contra) e Capelosa fizeram para a equipe araraquarense, que teve ainda um pênalti desperdiçado pelo zagueiro Antoninho.
Seis décadas depois, com o estádio todo remodelado, recebe as equipes novamente, só que desta vez em um torneio oficial e eliminatório. Quem avançar, enfrentará o vencedor de Grêmio Anápolis-GO e Juazeirense-BA, que terá o direito do mando de campo na segunda fase da competição.
Colaboração e informações do Museu do Futebol e Esportes de Araraquara e Blog “Ferroviária Em Campo”, de Vicente Henrique Baroffaldi
