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Tony revela que quase pendurou as chuteiras: “O que me tirou essa ideia de me aposentar foi a Ferroviária”

Volante revela momento difícil da carreira, do nascimento prematuro de suas filhas gêmeas e que reencontrou seu futebol com a camisa grená

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Crédito: Tiago Pavini / Ferroviária S/A

Com a paralisação do futebol brasileiro por conta da pandemia do Coronavírus (COVID-19), alguns jogadores da Ferroviária buscam se manter em forma durante o período de inatividade.

Durante este tempo, o volante Tony deu uma pausa e bateu um papo rápido com o portal do clube, contando sobre a sua trajetória no futebol, tendo o seu irmão Lionaldo, que chegou a jogar nos aspirante do Palmeiras, como grande inspiração, e o treinador Aílton Silva como incentivador nas escolinhas do São Paulo.

“Desde cedo fui meio campista por conta do meu irmão. [Aílton Silva] foi um cara que me incentivava muito, me cobrava muito. Dizia que eu tinha condições de me tornar profissional”, contou.

O jogador relembra a sua passagem pelo futebol do iraniano justamente no momento mais difíceis da vida, quando as gêmeas Maria e Antônia, nasceram prematuras e chegaram a ficar na UTI.

“Quando fui para o Irã, elas tinham pouco mais de dois meses. A Fernanda [esposa] achou melhor não ir comigo, mas me apoiou para seguir em frente”, lembra.

VOLTA DO BRASIL E A QUASE APOSENTADORIA

Em 2015, quando retornou ao Brasil, passou por XV de Piracicaba, chegando na fase quartas de final do Paulistão, e depois disputou a Série B pelo América-MG, onde conquistou o título e o acesso para o Brasileirão.

No ano seguinte, fez mais história ainda com a camisa do Coelho. “Fomos campeões mineiro depois de 17 anos. Eliminamos o Cruzeiro na semi e derrotamos o Atlético na final”, declarou.

Depois, passou por CRB, Ituano e Juventude. Com o time gaúcho, acabou sendo rebaixado para a Série C, em 2018, e repensou na carreira futebolística.

“Sou um cara muito competitivo, e esse descenso foi muito difícil. Tinha 31 anos. Mas o que me tirou essa ideia de me aposentar foi a Ferroviária”, disse.

Papai Tony com as gêmeas Maria e Antônia – Crédito: Tiago Pavini / Ferroviária S/A

VOLTA POR CIMA

Por ter trabalhado com Roque Júnior no Nhô Quim, Tony acabou aceitado o convite de vir para a Locomotiva para a disputa do Paulistão 2019 e fez história.

“Quando cheguei e vi a estrutura, vi como eram as pessoas aqui, sem vaidade, criei ânimo para continuar jogando. E tinha um treinador diferente, o Vinicius Munhoz, um cara totalmente diferente dos outros. Aí eu pensei: pô, eu me encontrei”, conta.

“Pra mim foi mágico, porque o que eu vivi aqui na Ferroviária eu vivi poucas vezes no futebol. Tive alguns bons momentos de título, acesso, liga dos campeões da Ásia… Mas o que a gente viveu aqui ano passado (2019) foi muito diferente, porque o grupo era muito bom, o time era bom, a torcida abraçou nossa ideia”, relembra.

Desde o retorno do clube à elite, em 2016, foi a primeira vez que conseguiu a classificação à próxima fase, quando caiu para o Corinthians nas quartas de final. Após empatarem por 1 a 1, em Araraquara e Itaquera, a decisão foi para as penalidades. O então camisa 8 acabou desperdiçando uma das cobranças.

“Fiquei muito chateado, porque eu vinha bem no campeonato, criei um identidade legal com o clube e a cidade. E me senti responsável pela eliminação. Foi uma chateação muito grande, uma responsabilidade que eu não poderia deixar de assumir. Mas todos me apoiaram, jogadores e família”, declarou.

No segundo semestre, foi emprestado ao Figueirense e viveu um dos momentos difíceis da carreira. O clube passou por dificuldades financeiras e atrasou os salários dos jogadores, fazendo todo o elenco entrar em greve e tomar W.O na partida diante do Cuiabá no Brasileiro da Série B.

O meio-campista revelou que o treinador da época, Hemerson Maria, ajudou alguns jogadores que estavam sem salário.

“Estávamos numa situação difícil no Figueirense. Então o Hemerson se sacrificou por nós, e ainda ajudou alguns jogadores que estavam sem receber. Foi um cara que me surpreendeu muito com as atitudes de bem que ele teve”, lembra.

Novamente com a camisa grená, Tony espera que 2020 seja melhor para o time araraquarense.

Com a parada do Paulistão por conta da pandemia do Coronavírus, restam ainda mais duas rodadas para o termino da primeira fase e a equipe está na última colocação do Grupo D com 11 pontos, com chances remotas de classificação. O meia quer ficar para a disputa da Série D do Brasileiro, prevista para começar no segundo semestre.

“Se eu permanecer no clube, tenho bem claro em minha mente o acesso para a Série C. O time e a cidade merecem essa alegria, e vou dar meu máximo para conquistar”, declara.