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Audiência pública discutirá violência contra as mulheres em Araraquara

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Violencia Mulher

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma pesquisa com 83 países sobre o assassinato de Mulheres. Nesse ranking o Brasil ocupa a 5.ª posição com uma taxa de 4,8 homicídios de mulheres a cada 100 mil. Esse é um indicador que os índices do País são excessivamente elevados (Mapa da Violência, 2015).

O Mapa da Violência (2015) aponta que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por sua condição de ser mulher. As mulheres negras são ainda mais violentadas, entre 2003 e 2013, houve aumento de 54% no registro de mortes, passando de 1.864 para 2.875 nesse período. Muitas vezes, são os próprios familiares (50,3%) ou parceiros/ex-parceiros (33,2%) os que cometem os assassinatos.

No Brasil, 4.606 mulheres foram vítimas de homicídio no ano de 2016, portanto, 12 mulheres foram assassinadas a cada duas horas. Mas, apenas 621 casos foram classificados como feminicídios, demonstrando as dificuldades no primeiro ano de implementação da lei do feminicídio, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2017).

Em números absolutos, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2017), o Brasil teve 49 mil casos de estupro em 2016, o que corresponde a uma taxa de 24,0 para cada grupo de 100 mil habitantes nesse ano.

Em relação a violência doméstica e familiar contra a mulher o Relógio da Violência do Instituto Maria da Penha aponta que a cada 2 segundos, uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil.

 

Em busca de viabilizar uma forma de conscientizar diversos setores da sociedade acerca da violência contra a mulher, a presidente do Conselho de Municipal dos Direitos da Mulher, Mariana Tezini, e a coordenadora do Centro de Referência da Mulher, Amanda Vizoná, se reuniram nesta quinta-feira (3) com as vereadoras Juliana Damus e Thainara Faria para discutir a realização de uma audiência pública.

Amanda e Mariana relataram que foram diagnosticadas diversas falhas, por parte de diferentes setores, nos atendimentos às mulheres que sofrem violência. “Essa audiência é importante para que haja articulação com os setores, possibilitando que o atendimento a essas mulheres, que estão vulneráveis, seja o melhor e o mais acolhedor possível”, ressaltou a presidente do Conselho.

A coordenadora do Centro de Referência salientou que um dos objetivos da audiência é que as mulheres relatem suas experiências. “No evento, as mulheres terão espaço para contar suas histórias, então poderemos analisar onde há mais falhas e também acertos. ”

As parlamentares, que são membras da Procuradoria Especial da Mulher, consideram importante manter a pauta em evidência. “Trazer esse assunto para a casa do povo é essencial, pois é uma forma de combatermos essa violência e dar apoio às mulheres que passam por isso”, salientou Juliana.

“Além da audiência pública, pretendemos fazer palestras nas universidades para discutir sobre as muitas formas de violência e como combatê-las. Não precisamos ensinar as vítimas a serem vítimas, mas sim conscientizar as pessoas a lutarem contra os diferentes tipos de agressões”, realçou Thainara.

A partir da audiência, será formulado um documento que constitua um comitê para fiscalizar o atendimento dos órgãos que acolhem essas vítimas, “e queremos que esse grupo seja composto não só por autoridades, mas também por mulheres da sociedade civil”, finalizou Amanda.