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Câmpus de Araraquara e Botucatu unem forças para iGEM 2020

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Unesp 149

Unesp terá um time com alunos de vários cursos participando da competição científica.

Unesp 149Evento realizado em Botucatu com a presença da professora Danielle Pedrolli, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, câmpus de Araraquara

Na primeira semana de junho, na central de aulas da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), na Fazenda Experimental Lageado, câmpus de Botucatu, aconteceu uma palestra proferida pela professora Danielle Pedrolli, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, câmpus de Araraquara, com o objetivo de divulgar a constituição de um time da Unesp para participar do iGEM (International Genetically Engineered Machine – Máquinas Geneticamente Engenheiradas),  competição internacional de engenharia de sistemas biológicos criada em 2003 pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).

A competição ocorre anualmente e envolve universidades de todo o mundo, que apresentam seus projetos na área de Biologia Sintética, área que combina conceitos de engenharia com ferramentas de biologia molecular para programar sistemas biológicos.

O objetivo dos times competidores é a criação de dispositivos biológicos inovadores que permitam a solução de problemas humanos relevantes, seja na área da saúde, de biocombustíveis, preservação ambiental, produção de alimentos, manufaturas e outros. Podem participar alunos de graduação, com orientação de docentes e apoio de pós-graduandos. Há também categorias especiais para alunos do ensino médio, empreendedores e programadores de software.

A grande novidade na participação da Unesp no iGEM é que alunos e docentes de cursos do câmpus de Botucatu se uniram aos seus colegas de Araraquara (que já participaram do evento duas vezes) na constituição de uma equipe de trabalho que se prepara para participar da competição.

Em 2017, em sua primeira participação, o time da Unesp de Araraquara conquistou a medalha de ouro na competição, cuja etapa final foi realizada na cidade de Boston, nos Estados Unidos. O time, orientado pela professora Danielle, reunia alunos de graduação de vários cursos do câmpus de Araraquara e venceu mais de 300 competidores, inclusive a equipe do MIT, que obteve o terceiro lugar. O projeto vencedor propôs a utilização de bactérias probióticas geneticamente modificadas para a produção controlada de insulina, diretamente no intestino do portador de diabetes tipo 1. O projeto previu ainda um mecanismo de controle para evitar a disseminação das bactérias geneticamente modificadas no ambiente.

Em sua nova configuração, o time passa a representar a  Unesp, contando com alunos de graduação dos cursos de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, Ciências Farmacêuticas, Ciências Sociais e Engenharia Química, do câmpus de Araraquara e, pelo câmpus de Botucatu, estudantes do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da FCA e de Ciências Biológicas, do Instituto de Biociências. “O pessoal de Botucatu comprou a ideia e se estruturou para participar conosco, com um engajamento forte dos alunos. Nossa programação agora é estruturar bem um projeto esse ano, para inscrevê-lo no ano que vem”, relata a professora Danielle.

Em sua palestra na FCA, a docente de Araraquara fez uma introdução sobre o que é a Biologia Sintética, tema ausente dos conteúdos ministrados na maioria dos cursos de graduação. “É uma abordagem bastante nova e ainda tem uma penetração pequena e restrita, mesmo em cursos de pós-graduação. Além disso, apresentamos o time para que a comunidade universitária de Botucatu possa se integrar mais e conhecer as atividades da equipe”.

O novo time da Unesp para o iGEM já está estruturado, mas, segundo a professora Rejane Maria Tommasini Grotto, do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia, quem tiver interesse pode procurar acompanhar as atividades do grupo. “Nós queremos criar uma cultura dentro da Unesp para que, mesmo que esse aluno interessado não consiga se inserir no time agora, ele possa estar presente em competições futuras. Dessa forma a Unesp estaria melhor representada, até com um número maior de cursos e unidades envolvidas”. A professora Danielle reforça. “Estamos totalmente abertos a quem quiser acompanhar e fazer parte, pensando em compor times futuros e fortalecer essa cultura dentro da universidade”.

O trabalho dos times inscritos no iGEM é desenvolvido ao longo de todo ano. Com pequenas variações no calendário, as inscrições para a participação na competição costumam acontecer no início de cada ano. Os times participantes precisam desenvolver uma série de atividades até os meses de outubro ou novembro, com metas a serem cumpridas. O evento final, com apresentação, julgamento e premiação dos projetos desenvolvidos é realizado no final do ano em Boston.

A professora Rejane ressalta os benefícios para a instituição e os alunos participantes. “Temos em Botucatu quatro unidades universitárias altamente especializadas no que fazem e essa participação pode agregar muito a todas elas, no sentido de haver um estímulo a uma cultura multidisciplinar, integradora, em que cada um vai colaborar com suas competências. Acreditamos que o iGEM vai trazer não apenas o benefício da competição e da visibilidade para a Unesp, mas também uma mudança para uma postura voltada para a transformação da realidade. Quanto mais integrado e multidisciplinar nós formos, mais teremos a ganhar”.

Victor Nunes de Jesus, aluno de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Unesp de Araraquara, já participou do iGEM e recomenda a experiência. “Eu me encantei e vi como a participação na competição pode ser uma forma de desenvolvimento profissional, elaborando projetos, trabalhando em equipe, entre outras coisas. Nos sentimos transferindo conhecimento, atuando como pesquisadores e cientistas. É uma experiência extremamente gratificante que está me moldando para pensar em projetos inovadores e no tipo de profissional que eu quero ser. É uma complementação muito forte para a formação”.

Seu colega do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Unesp em Botucatu, Guilherme Ferreira Luz, é um dos novos integrantes do time e tem altas expectativas sobre essa nova empreitada em sua vida estudantil. “Somos de uma área que está na fronteira do conhecimento e é extremamente inovadora. Por que não unirmos as competências dos câmpus de Botucatu e Araraquara e tornar isso um projeto para a Unesp como um todo? A Biologia Sintética tem o potencial de mudar algumas áreas do conhecimento e mudança da sociedade de forma significativa. Assim como meus colegas de time, esse é um aspecto que me encanta, por isso eu quis participar desse projeto”.