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CPI aponta falhas e propõe novas pesquisas com a fosfoetanolamina

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MASSAFERA CPI

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Fosfoetenalomina aprovou ontem (4), por unanimidade, seu relatório final. O texto apontou falhas na realização dos testes clínicos a cargo do ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) e defende a realização de novas pesquisas com a chamada pílula do câncer.

Presidida pelo deputado estadual Roberto Massafera, a CPI foi instalada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) com a finalidade de apurar as razões que levaram o Estado a interromper as pesquisas com a fosfoetanolamina.

A CPI realizou 16 sessões em que foram ouvidas quase 40 pessoas entre pesquisadores do ICESP, pacientes oncológicos, autoridades, especialistas, auditores que acompanharam os estudos e o professor Gilberto Chierice, pesquisador da USP de São Carlos que sintetizou a fosfoetanolomina em laboratório.

O documento apresentado pelo relator, deputado Ricardo Madalena, é incisivo e aponta que houve falhas e falta de planejamento na realização do estudo. Afirma, por exemplo, que houve compra excessiva da substância às vésperas do encerramento do estudo.

“Falhas, equívocos e contradições acabaram comprometendo a confiabilidade do estudo, fazendo-se necessária a realização de uma nova pesquisa”, defendeu Madalena. Roberto Massafera acrescentou que as falhas não permitiram a comprovação técnica da eficácia da substância no tratamento do câncer.

Segundo Massafera, os testes realizados foram insuficientes: “No mínimo 210 pessoas, com dez tipos diferentes de tumor, deveriam ter sido examinadas. Porém, foram feitos testes em apenas 74 pacientes”.

O relator também apontou falhas no protocolo do estudo, bem como a insuficiência de material, a interrupção aleatória dos testes, a falta de planejamento e o descaso diante das expectativas dos pacientes submetidos aos testes.

O relatório responsabiliza os investigadores do ICESP a frente dos testes com a fosfoetanolamina pelas “não conformidades” da pesquisa em relação ao projeto original. O relatório final será enviado ao Ministério Público e à Corregedoria do Estado recomendando a sequência nas investigações.

A pesquisa com a fosfoetanolamina foi financiada pelo governo do Estado de São Paulo ao longo de oito meses, mas foi suspensa pelo ICESP antecipadamente, em março de 2017, por alegada falta de “benefício clínico significativo”.