Constrangido com a epidemia da dengue que assola a cidade, aborrecido com o que ele considera notícias falsas e apegado a dar uma oportunidade aos egressos do sistema prisional, prefeito apareceu em sua página no face para esclarecer que quem entra nas casas é o fiscal e não aquele que cumpriu pena na prisão
Edinho nesta quarta-feira nas redes sociais
Pelo menos duas situações levaram o prefeito Edinho Silva a utilizar as redes sociais nesta quarta-feira (06) para em tom de desabafo fazer críticas ao que ele considera notícia falsa e preconceito. Os dois pontos, segundo ele, estão atrelados ao que se entende de “falsa polêmica criada sobre as contratações dos trabalhadores e trabalhadoras que vão ajudar no combate a dengue em Araraquara”.
O prefeito explicou que neste momento em que a população colabora com a prefeitura na luta contra a dengue, pois estamos diante de uma situação de epidemia, uma situação gravíssima, todo tipo de confusão, de desinformação, faz muito mal: “Não faz mal a mim, nem as pessoas que querem me atingir politicamente, faz mal a sociedade”, argumentou.
Edinho até considerou um gesto de grandiosidade dos vereadores aprovando durante a sessão da Câmara na noite anterior, uma lei que o autoriza a tomar várias medidas no enfrentamento a epidemia de dengue. Disse que a Câmara o ajudou no reajuste das multas, mas que ele prefeito não quer multar, nem a Prefeitura quer multar.
Mais adiante destacou que o município vem desenvolvendo intenso trabalho de arrastões, recolhimento de lixo e que se mesmo com este trabalho as pessoas não se conscientizarem não haverá outro remédio senão a multa. Dentro das autorizações dadas pela Câmara há também o poder para contratação de pessoal para a Saúde e distribuição de prêmios no cumprimento de metas.
A lei aprovada ontem e sancionada nesta quarta-feira criou um decreto e em seguida o edital que estabelece regras e normas de como as contratações serão feitas, justificou o prefeito ao exibir o documento nas redes sociais. Isso aconteceu em função das críticas que surgiram sobre a contratação de egressos do sistema prisional e o seu acesso às casas para fiscalização.
Após explicações sobre a forma que os trabalhadores inscritos serão contratados, qual seja, pontuações mediante critérios seletivos que irão desde, estar desempregado, possuir dependentes na família, mulher arrimo de família, mulher vítima de violência até mesmo egressos do sistema prisional, Edinho falou do acesso daqueles que já cumpriram pena por algum delito.
O prefeito disse que apenas o fiscal tem esse poder e repetiu por três vezes que quem entra nas casas é o agente da Vigilância Epidemiológica e que as pessoas contratadas vão ajudar na limpeza e no recolhimento de materiais que possam gerar criadouros.
Ao falar da participação dos egressos do sistema prisional neste programa, o prefeito Edinho Silva subiu o tom da conversa e fez críticas aos que agem com preconceito e discriminação. “Eu penso que a pessoa que cometeu um erro na vida e que pagou por esse erro, essa pessoa merece uma segunda oportunidade”, justificou.
“Eu sei que estamos vivendo uma situação de ódio e intolerância, que as pessoas ficam pregando o ódio o tempo todo, incitando a violência o tempo todo, mas as pessoas de bem, que zelam pela cidadania, pelo bom senso, que tem o mínimo de desejo que prevaleçam os valores civilizatórios da humanidade, não devem permitir que isso perdure na sociedade brasileira”, comentou.
Indo ao campo cristão, abordando igualdades religiosas, Edinho quase no fim da sua mensagem, lembrou do episódio vivido por Jesus no Monte das Oliveiras quando os escribas e os fariseus levaram até Ele uma mulher apanhada em adultério, esperando que o Mestre a condenasse. Jesus ergueu-se e disse: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra!”.
