
Empresa considerada polêmica em abandonar obras paralisa reforma do PS do Melhado; só que agora a história é outra – parou por não receber valores que deveriam ser repassados pelo município, que por seu turno diz não ter recebido do governo federal. Para garantir segurança ao prédio o município contratou uma empresa especializada e a ela pagará R$ 13.817,00 por 30 dias de serviços.
Cenário do PS do Melhado nesta segunda-feira: com tapumes na entrada ao prédio e sem operários
Por falta de pagamento à Teto Construtora as obras de reforma e adequação do antigo Pronto Socorro do Melhado que se transformará num Centro de Estabilização estão paralisadas há cerca de 10 dias. A empresa alega que – não recebeu o valor contratado junto à Prefeitura Municipal e esta por seu turno garante que não recebeu do Governo Federal. A obra tornou-se polêmica após a divulgação do conturbado histórico da empresa.
No dia 22 de dezembro de 2018, uma matéria sobre irregularidades da construtora contratada pela Prefeitura para efetuar a reforma do Pronto Socorro do Melhado já tinha sido publicada. Os problemas citados envolviam inclusive abandono de obras e contas offshore em paraísos fiscais. O vereador Delegado Elton Negrini (PSDB) dias depois apresentou requerimento na Sessão Ordinária da Câmara (janeiro), questionando os critérios usados para contratar a empresa.
“A firma tem histórico de descumprir contratos de obras públicas e ainda teve seus serviços e valores investigados pelo Tribunal de Contas e de Comissões Especiais de Inquéritos de outra cidade. No entanto, o Executivo ignorou as irregularidades apresentadas. Por essa razão, quero saber o que foi levado em consideração no momento da contratação”, destacou Negrini.
No documento, o parlamentar pede esclarecimentos sobre os requisitos usados para fazer a contratação, os motivos para ter ignorado o histórico da empresa, se as informações referentes ao processo de licitação estão no Portal da Transparência e ainda quem são os membros da comissão criada para acompanhar a obra e o emprego dos recursos financeiros.
Só que agora a história parece ser outra: a Prefeitura de Araraquara que anunciou a liberação dos recursos, não teria então repassado o valor à Teto Construtora, daí o fato da empresa cessar – talvez momentaneamente as obras.
AS DENÚNCIAS
As denúncias sobre o passado polêmico da empresa foram apresentadas em nosso portal logo após a Prefeitura Municipal suspender a assinatura do contrato com a Teto Construtora em uma primeira oportunidade. Na ocasião a Prefeitura alegou que o adiamento ocorria por falta de agenda, envolvendo além da Teto Construtora também a Caixa Econômica.
O contrato foi assinado semanas depois e a empresa já vem executando a obra mesmo com a série de denúncias. Houve um alerta sobre o comportamento da empresa na execução do projeto em Araraquara para possíveis – aditivos, quer dizer reivindicação de verbas suplementares para continuidade da obra, prática costumeira que levou a Teto Construtora (Teto Incorporação Imobiliária) a enfrentar juntamente com o ex-prefeito de Americana Diego De Nadai as barras do Tribunal, sendo que ambos tiveram bens bloqueados.
PREFEITURA ALEGA QUE GOVERNO NÃO PAGOU
No final de semana a Prefeitura Municipal encaminhou nota explicando que “há sim atrasos nos pagamentos por parte do Governo Federal. Isso em relação a todos os convênios e em todas as áreas.
A nota diz ainda que “a Caixa Federal e os ministérios responsáveis por obras e repasses informam que os atrasos se devem às mudanças ocorridas no governo federal e mudanças de procedimentos. Garantem que nas próximas semanas todos os pagamentos estarão regularizados”.
E completa afirmando que “o prefeito Edinho esteve essa semana em Brasília cuidando dos convênios em atraso”.
ACOMPANHAMENTO
Na manhã desta segunda-feira (15) o RCIARARAQUARA encaminhou pedido de informações à Caixa Econômica Federal e a Teto Construtora sobre o cumprimento do contrato e a liberação dos recursos, além da posição da empresa na continuidade das obras no Pronto Socorro do Melhado.
O que causou surpresa em meio ao imbróglio foi a Prefeitura Municipal contratar em caráter emergencial uma empresa para garantir a segurança do prédio, por pelo menos 30 dias, devendo pagar a Sargent Segurança e Vigilância Ltda. a quantia de R$ 13.817,00, cerca de R$ 460,00/dia. O extrato de contrato foi assinado por Juliana Picoli Agatte, secretária de Gestão e Finanças, no dia 12, sexta-feira passada.
Contratação de empresa para dar segurança ao prédio por pelo menos 30 dias
Michel Chedid Junior afirmou ao nosso portal que desconhece a contratação de segurança para a obra e quanto aos pagamentos eles não aconteceram mas que espera “a prefeitura resolver os impasses, assinando o convênio”. Garantiu que poderá retomar a reforma, só que com menor efetivo. Nova visita foi feita pelo Portal à obra e tudo estava fechado, sem funcionários.