Guilherme Américo Peres Martins, 26 anos, professor de geografia e formado pela Unesp de Ourinhos, não perde uma oportunidade de caçar raios, nem que tenha que andar por quilômetros na madrugada para encontrar um bom ângulo.
Guilherme começou por hobby a fotografar; com um grupo que montaram na cidade de Ourinhos, logo depois fez curso de edição de imagem e atualmente cursa fotografia no Senac, para assim se aprimorar em sua nova profissão.
O geógrafo conta que em seu curso de geografia conseguiu unir a matéria com fotografia voltada para descargas elétricas. Em Ourinhos formaram um grupo, onde participam fotógrafos profissionais, amadores, geógrafos e meteorologistas da América Latina, onde também trocam informações sobre eventos climáticos.
Uma das obras primas de Guilherme, na Vila Xavier
O Concurso Nacional de Raios teve seu início em 17 de fevereiro com 68 participantes e o resultado foi dado em 13 de abril de 2019, tendo como vencedor o araraquarense Guilherme Martins que hoje faz parte do grupo Thunderstorm Chasers, caçador de tempestades, com uma foto tirada em Ourinhos à 45km da descarga. As melhores fotos foram escolhidas pelos administradores do grupo e por três meteorologistas. Um próximo concurso já está marcado para setembro, onde as fotos serão sobre tempestades “incidências severas”.
Guilherme disse que o prêmio foi uma camiseta do grupo Thunderstorm Chasers , mas o que conta, é o reconhecimento, “porque em Ourinhos todos os caçadores queriam uma camiseta desta”.
O grupo que sai para fotografar raios, é formado por cerca de 10 pessoas, e Guilherme afirma que sem eles jamais conseguiria chegar ao nível que chegou, pois foram eles que o ajudaram, principalmente o fotógrafo Ricardo Carnaval e Márcia Sato. Comenta ainda que contou com a ajuda da especialista em fotos de raios, Fernanda Trento, que hoje tem suas fotos publicadas até mesmo em revistas internacionais.
A foto vencedora em concurso nacional
Guilherme quer tentar agora o mestrado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, fez seu TCC baseado em “Relâmpagos e o uso da fotografia como recurso científico e didático”, tendo como colaborador Dr. Osmar Pinto Junior, que é um dos especialistas mais conceituados em raios no Brasil do INPE, em São José dos Campos, também contou com a orientação da professora da Unesp Carla Sena.
Hoje os fotógrafos seguem os eventos climáticos pelo aplicativo Ligthining Alarm ou pelo site IPMET de meteorologia de Bauru. Já de volta a Araraquara, morando na Vila Xavier, Guilherme não tem mais o grupo para caçar raios, o que faz de seu pai o companheiro das tempestades, Gilberto Martins, que também gosta da emoção.
Os locais com maiores incidências de raios em Araraquara, segundo Guilherme, vêm de São Carlos. Para fotografar, ele costuma aguardar no posto Bambina, para fotografar. Quando os raios vêm de Ribeirão Preto ele se posiciona perto do Sesi, na Vila. Mas, já andou durante à noite mais de 30km para conseguir uma foto, ficando entre Matão e Motuca.
Para caçar raios vindos de São Carlos, Guilherme tem como ponto de referência o Posto Bambina