O general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, usou o Twitter na noite desta terça-feira (3) para declarar repúdio à impunidade no país. Em duas mensagens postadas na rede social, o general diz que a Constituição deve ser respeitada e que o Exército compartilha dos anseios da sociedade.
“Asseguro à Nação que o Exército brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, escreveu em uma das postagens.
“Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”, completou o comandante.
As publicações geraram diversas outras declarações, também vindas de militares.
De acordo com a Revista Fórum, generais se pronunciaram, também pelo Twitter, endossando Villas Bôas. O general Paulo Chagas, por exemplo, escreveu: “Caro comandante, amigo e líder, receba a minha respeitosa e emocionada continência. Tenho a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhando e aguardo suas ordens!”.
Outros dois generais postaram tuítes no mesmo sentido. “Mais uma vez o Comandante do Exército expressa as preocupações e anseios dos cidadãos brasileiros que vestem fardas. Estamos juntos, comandante!”, postou o general Freitas. “Comandante! Estamos juntos na mesma trincheira! Pensamos da mesma forma! Brasil acima de tudo! Aço!”, escreveu o general Miotto.
Reações
Logo após as declarações dos generais, muitos internautas se manifestaram pela internet. Kennedy Alencar escreveu: “A manifestação do general Villas Bôas é inaceitável na democracia. É pressão indevida sobre Rosa Weber e o Supremo. Ditadura nunca mais”.
Já André Trigueiro postou: “Ministro do Exército se manifestar politicamente pelo Twitter na véspera de um julgamento importante do STF? Se a moda pega, onde isso vai dar? Que cada autoridade cumpra sua função serenamente, de acordo com a Constituição”.
O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também se surpreendeu com as manifestações dos militares. “Isso definitivamente não é bom. Se for o que parece, outro 1964 será inaceitável. Mas não acredito nisso realmente”.