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‘Microbacias II’ é responsável por grandes transformações no meio agrícola

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Cafeicultores Cooperprata Saomanuel

Com total de US$ 134 milhões em investimento, programa fortalece cooperativas paulistas a partir da parceria com o Banco Mundial

Cafeicultores Cooperprata Saomanuel

Há quem pense que o Estado São Paulo é sinônimo de grandes centros urbanos que concentram diversos escritórios de multinacionais. Esse pensando não é equivocado, mas o que muitos não sabem é que o Estado também é coberto por imensas áreas verdes de produção e é referência para o agronegócio brasileiro.

Nos último anos, o setor se tornou um dos mais importantes para a economia do país e foi o responsável por tirar o Brasil da recessão. Em 2017, 70% do Produto Interno Bruto (PIB) foi impulsionado pelo agronegócio. São Paulo, dessa forma, representou 20% da arrecadação nacional em relação à atividade comercial e industrial dentro do campo.

“Nós estamos cada vez mais criando medidas para fortalecer um setor que é estratégico em termos de possibilitar emprego, gerar renda, promover segurança alimentar e contribuir com a balança comercial”, explica o governador, Geraldo Alckmin.

Diante desse cenário, a grande alavanca utilizada pelo Estado para alcançar essa marca foi graças ao “Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável – Microbacias II – Acesso ao Mercado”. Criado em janeiro de 2011, a iniciativa tem como objetivo apoiar associações e cooperativas de produtores rurais a ingressarem no mercado. O trabalho é feito através do apoio à infraestrutura necessária para agregação de valor à matéria-prima produzida e comercializada.

O Projeto, que partiu de uma parceria entre as Secretarias de Estado de Agricultura e Abastecimento e do Meio Ambiente, contou com financiamento de US$78 milhões do Banco Mundial e contrapartida de US$ 52 milhões do Tesouro Estadual.

“O Microbacias II é um sucesso, cumprido seus objetivos, descentralizando a atividade econômica, agregando valor à produção e gerando renda para o produtor em todo o Estado. Tem sido fantástico ver como as pessoas envolvidas no Projeto estão evoluindo e se desenvolvendo”, contempla o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim.

CATI

O Microbacias II está sob o comando da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), um órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Ela tem como objetivo promover o desenvolvimento rural sustentável, por meio de programas e ações participativas com o envolvimento da comunidade, de entidades parceiras e de todos os segmentos dos negócios agrícolas.

A entidade, sendo assim, através do Projeto, tem a responsabilidade de ampliar as oportunidades de negócios dos produtores familiares. Para o coordenador do CATI, João Brunelli Junior, “o Microbacias mudou a realidade de inúmeras famílias rurais, resgatou a autoestima de homens e mulheres do campo e dinamizou a economia dos municípios. O Projeto cumpriu seus objetivos de ampliar o acesso ao mercado, de incentivar a agregação de valor e o oferecimento de produtos de qualidade à sociedade. É gratificante saber que a CATI contribui positivamente para o desenvolvimento rural de São Paulo”.

Produtores paulistas

A inciativa é fundamental para os agricultores que querem aumentar a quantidade e a qualidade da sua produção. Eles podem contar com um financiamento de 70% do Estado para aprimorar os seus serviços.

Neste período de atuação do projeto, estão sendo apoiadas 287 propostas de iniciativas de negócio, sendo 154 associações e 79 cooperativas de produtores rurais, além de 63 projetos comunitários de 10 comunidades indígenas e 25 comunidades quilombolas em todo o Estado.

A Associação de Produtores e Olericultores de Lins e Região, a APOL, foi uma das beneficiadas. Solange Nobre, presidente da entidade, comenta que sente diariamente os avanços propiciados pelos investimentos do Microbacias II. “Compramos maquinários diversos, veículos utilitários, caixas plásticas, balanças, câmaras frigoríficas e construímos uma cozinha industrial. O Projeto transformou nossas vidas. Antes dele, fazíamos as entregas de nossos produtos em bicicletas, cavalos e hoje temos veículos próprios e uma estrutura adequada”, avalia Solange.

São Paulo concentra, hoje, a maior quantidade de canaviais do país e é referência mundial no setor sucroalcooleiro. No entanto, nos últimos anos, o Governo esteve empenhado em incentivar a diversificação da produção. Os grãos, por exemplo, estão ganhando cada vez mais espaço no agronegócio paulista.

Carlos Nabuco de Araújo é presidente da Cooperativa Agrícola da Zona do Jahu, na região de Jaú. A entidade congrega silos com capacidade de armazenamento de 220 mil sacas de grãos e, recentemente, foi beneficiada com investimentos do Projeto.

“Em nossa região há uma predominância da cultura da cana-de-açúcar, por isso estimulamos a diversificação de atividades, tendo em vista o sucesso que a soja e o milho têm feito no interior. Em 2017 obtivemos recursos do Microbacias II, que juntamos com recursos próprios e iniciamos essa empreitada. A partir daí, a cooperativa que tem sua origem no café, estendeu sua atuação para a área de cereais, pois ela tem-se mostrado uma opção rentável para o produtor”, comemora Carlos.

Censo Rural Paulista

O Estado de São Paulo realizou no ano passado um novo censo agropecuário, com o objetivo de conhecer a realidade social, econômica e ambiental da agropecuária paulista. Através do LUPA, Levantamento de Unidades de Produção Agropecuária do Estado de São Paulo, foram analisadas mais de 340 mil propriedades rurais, nos 645 municípios.

Os resultados mostraram expansão na produção de soja (120%), de eucalipto (20%), de cana-de-açúcar (19%) e de milho (17%). Além disso, o trabalho mostrou que os produtores estão cada vez mais se associando e ingressando em cooperativas.

 ‘Ato pela Agricultura – alimento, renda e futuro’

No último dia 19 de março, no Palácio dos Bandeirantes, o encontro “Ato pela Agricultura – alimento, renda e futuro” teve como objetivo apresentar um balanço das ações realizadas, nos últimos anos, pela pasta em prol do setor agropecuário. Além disso, foram assinados 34 novos convênios para a recuperação de 83km de estradas rurais.

Com a presença do governador e de diversos secretários, foi o momento de ressaltar conquistas de mercado, produtividade, pesquisa, tecnologia dentro do campo. Alckmin resumiu como “um momento de reconhecer, agradecer e retribuir”.

O representante do Banco Mundial, Maurizio Guadagni, também compareceu ao encontro e ressaltou a qualidade dos programas que o Governo oferece aos produtores. “Os resultados são melhores do que esperávamos. Mesmo diante da crise econômica pela qual passou o País, a meta inicial do Projeto, que previa o aumento de cerca de 8% na comercialização das organizações participantes do Microbacias, ultrapassou as expectativas e chegou a 87%”, comentou.

‘Microbacias III’

No evento do último dia 19, Alckmin aproveitou a cerimônia para anunciar a continuidade do Microbacias II, que se encerra em setembro deste ano. A fase três Projeto, nomeada São Paulo Agricultura Pró-Clima – AgriProClima SP,  será de 5 anos com um investimento de aproximadamente R$ 300 milhões.

A parceria, também entre as duas Secretarias de Estado, terá como objetivo a recuperação de áreas degradadas, visando a sustentabilidade econômica e ambiental e uma maior resiliência do setor agropecuário às mudanças climáticas.

Sendo assim, o Governo pretende continuar aprimorando a atividade agrícola e pecuária e agregar cada vez mais renda às economias locais e, sobretudo, às famílias que dependem diariamente do negócio e do cultivo da terra.