
Empresa metalúrgica é a que mais deve em Araraquara
O primeiro passo foi dado: a Prefeitura Municipal anunciou que cerca de 270 empresas em Araraquara estão devendo juntas quase 200 milhões de reais. A lei contudo impede que os nomes sejam divulgados, até mesmo porque elas estão sendo cobradas e há no meio do caminho as contestações. Se hoje o município recebesse dos devedores de impostos, nem assim conseguiria pagar o que deve e que segundo o prefeito Edinho Silva, o valor estimado atinge R$ 427 milhões. Para cobrir o rombo provocado pelos que devem existe também a alegação que é preciso subir os impostos dos contribuintes.
Na semana passada os gestores da Prefeitura Municipal nos últimos anos, Marcelo Barbieri e Edinho Silva, se acusaram um ao outro e a instalação de duas Comissões Especiais de Inquéritos (CEIs) sugeridas pela Câmara acabaram dando em nada, pois os grupos situacionista e oposicionista estabeleceram um acordo para evitar o desgaste político em período eleitoral. Até então, Edinho acusava Marcelo Barbieri de ‘abalar a estrutura financeira da Prefeitura’ e da mesma forma o ex-prefeito atribuía a Edinho a responsabilidade de gastos desnecessários e aumentar o rombo dos cofres públicos. Ninguém vai acusar ninguém, com a complacência da própria Câmara.
O que se imagina é que a Prefeitura cobra estes devedores sem a garantia do recebimento já que são empresas e pessoas físicas que vêm protelando o pagamento desde os mandatos anteriores, tanto de um, quanto de outro. Tudo somado chega aos 194 milhões, dos quais 32 milhões referem-se à uma empresa que atua no ramo da metalurgia e que deixou de pagar o chamado ISSQN ou seja Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. Do valor de dívidas não cobradas por prefeitos anteriores, algumas empresas são consideradas massa falida.
Curioso é que entre os devedores também aparecem bancos públicos e privados que fugiram ao pagamento de impostos e cujos atos comprometem a qualidade da gestão municipal ao longo dos anos.Os seis bancos que devem, alegam que não recolhem impostos porque esse tipo de pagamento já é efetuado nas sedes onde atuam; contra eles já existe processo, tornando uma discussão jurídica.
Com programas lançados para o refinanciamento de dívidas a Prefeitura pretende minimizar a sua posição de também devedora e apela para acordos com credores. Não há no entanto nenhuma proposta anunciada para cortar gastos e que segundo o ex-prefeito Marcelo Barbieri gerou o descontrole financeiro no município.