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Novas lideranças de caminhoneiros tentam emplacar greve

O grupo criou uma interlocução entre caminhoneiros, associações, cooperativas e sindicatos, segundo o presidente Plínio Dias. De acordo com o presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, a greve está confirmada para 1° de fevereiro

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O Ministério da Infraestrutura monitora os caminhoneiros desde 2018

Caminhoneiros que se dizem pouco representados pelos líderes de paralisações anteriores estão à frente de movimento em redes sociais para convocar uma greve no dia 1º de fevereiro. O CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), criado em setembro, está promovendo o ato. O grupo criou uma interlocução entre caminhoneiros, associações, cooperativas e sindicatos, segundo o presidente Plínio Dias.

Ele afirma que o CNTRC está em processo de obtenção do CNPJ, que teria sido atrasado pela pandemia. Segundo Dias, a categoria reclama da política de reajustes do custo do combustível praticada pela Petrobras, que levou em conta preços do mercado internacional, e pede que o julgamento da tabela do frete seja retomado no Supremo Tribunal Federal.

José Roberto Stringasci, da ANTB (Associação Nacional de Transporte do Brasil), outra entidade à frente da campanha, diz que as lideranças que representavam a categoria em 2018 não trouxeram as respostas necessárias para o grupo.

Stringasci destacou que a principal pauta dos caminhoneiros está relacionada aos preços dos combustíveis. “A questão primordial é a do combustível. O preço está um absurdo, não temos condição de trafegar assim”, sinalizou o representante.

“Toda semana aumenta combustível. Então a categoria está pedindo redução imediata do preço para que tenha um preço nacional do combustível com reajuste anual ou a cada seis meses. A categoria não suporta o aumento”, disse ele.

Nesta quinta-feira (15) o ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, se reuniu com entidades e representantes da categoria para discutir o tema. Stringasci reclamou do fato da Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil não ter sido convidada para a discussão.

A única chance dos caminhoneiros recuarem na decisão de realizar a greve em 1º de fevereiro é se o próprio presidente Jair Bolsonaro entrar na negociação, afirmou o presidente da ANTB. “Primeiro lugar pedindo que na reunião o presidente se faça presente, uma vez que todo esse tempo que categoria vem aguardando solução, e que não foi dado, agora quer que o presidente esteja junto”, ponderou.

Segundo ele, a estimativa da Associação é de que 60% da categoria vai aderir à paralisação. Stringasci aproveitou a oportunidade para convocar mais caminhoneiros para aderirem a greve.

GREVE DE 2018

Representantes dos caminhoneiros em paralisações anteriores estão divididos em relação à adesão da greve em fevereiro.
Wallace Landim, o Chorão da paralisação de 2018 e presidente da Abrava, afirma que ainda avalia se irá apoiar o movimento. Caminhoneiros do Porto de Santos se posicionaram em redes sociais contra os atos.

Para o caminhoneiro Salvador Edimilson Carneiro, conhecido como Dodô, a repercussão da convocação está grande, mas ele diz não ter certeza sobre a paralisação diante das dificuldades de articulação nos grupos.

O Ministério da Infraestrutura diz que nenhum transportador pode falar em nome de todo o grupo e que as entidades que chamam a greve representam a opinião de seus dirigentes.

A pasta monitora os movimentos de caminhoneiros desde 2018, quando houve grande paralisação a partir de maio. A avaliação é que não há adesão para a paralisação do dia 1º de fevereiro.