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Polícia Civil perde 1.510 profissionais em um ano e deficit sobe para 14.235

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Presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati.

No período de um ano, entre junho de 2018 e junho de 2019, a Polícia Civil do Estado de São Paulo perdeu 1.510 profissionais, entre delegados, investigadores, escrivães, agentes policiais, agentes de telecomunicações, papiloscopistas e auxiliares de papiloscopista. Esse número engloba as exonerações e aposentadorias.

Segundo os novos dados do Defasômetro, feito pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP) com base nas informações fornecidas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), o deficit de policiais atingiu a marca de 14.235 profissionais em junho deste ano. “A defasagem na Polícia Civil atinge a marca de 34% do seu quadro de profissionais. A situação atingiu um nível alarmante e a consequência disso é a sobrecarga. Os policiais estão doentes, o número de suicídios e afastamentos por doenças relacionadas ao estresse também aumentou. Temos policiais exercendo a função de 3, 4 colegas e trabalhando de sobreaviso ininterruptamente, sem direito a folga”, afirma a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati. 

E o número de baixas dever ser ainda maior, já que há 819 pedidos de aposentadoria em andamento. Para atender à lei, oferecer um atendimento adequado à população e condições dignas de trabalho, a Polícia Civil precisaria ter um quadro com 41.912 profissionais. Mas hoje há apenas 27.677 cargos ocupados. Há um ano, em junho de 2018, 29.187 cargos estavam ocupados.

O SINDPESP vem atuando de forma incansável para fazer valer o direito dos policiais e melhorar as condições de trabalho. A presidente da entidade está visitando todos os Departamentos de Polícia Judiciária do Interior (Deinters) para verificar os problemas enfrentados em todas as regiões do estado e apresentar as demandas ao governador João Doria. “Estamos percorrendo todo o estado e conversando com os profissionais e a realidade enfrentada em muitas regiões é dramática. Ouvimos relatos de policiais que estão adoecendo para dar um atendimento minimamente digno à população, mas o custo disso é a saúde deles. Ao realizar essas viagens, ouvir os problemas e divulgá-los, estamos colaborando com o governador João Doria para que ele tenha pleno conhecimento da situação e possa, a partir também do nosso diagnóstico, começar a resolver os problemas deixados pelas administrações passadas”, acrescenta a presidente.

São Paulo é o estado mais rico da federação, mas paga aos seus policiais os piores salários. “O governador prometeu, durante a campanha, que a polícia paulista teria os melhores salários do Brasil até o final do seu mandato. Fizemos um estudo que mostra a viabilidade de conceder o reajuste aos policiais, mas até o momento ele não definiu um índice, nem afirmou quando esse reajuste será aplicado”, completa Raquel.