Em um resgate ao passado, a primeira série da Escola Estadual Florestano Libuti, no Carmo, alunos da turma de 1962 se juntam para homenagear a professora Terezinha Pirola, educadora famosa e muito querida entre aos remanescentes da década de 60.
O empresário Willian Jorge Molina Gil e Edilson Biancardi, que fizeram parte de uma das turmas dessa época, resolveram reencontrar os amigos de longa data, para uma homenagem aquela que os iniciou na vida educacional.
Desde então deram início a reuniões e a peregrinação nas redes sociais para encontrar por nomes, a lista de alunos que Adilson já tinha em mãos. Convocaram então, Wellington Rossi e José Eduardo Mendonça para participar da caçada aos amigos que deixaram no passado. Aos poucos a história foi tomando corpo e Nelson do Carmo Bombarda chegou para também ajudar a montar a homenagem.
Edilson entregou a professora uma lembrança, que ficara eternizada na memória de todos
Edilson diz emocionado que quis participar da homenagem em nome da gratidão que sente pela professora, não só em relação a estudos, mas ao que aprendeu sobre honestidade, correção de postura e educação correta que levou para vida. E para que tudo saísse de acordo com que planejaram, foram buscar o filho de Dona Terezinha, Luiz Fernando Pirola, que também os ajudou dando dicas do que a mãe gostaria ou não. Uma amiga de longa data de D. Terezinha também professora, Nilza Delfine foi convidada a participar e acompanhar a colega de profissão.
Os alunos contam que a professora foi citada em uma das crônicas de Ignácio de Loyola Brandão, então resolveram presenteá-la com um livro do autor araraquarense.
Biancardi se lembra da educação de seu tempo, onde os professores de certa forma substituíam os pais, então, até hoje muitos estudantes da época se sentem como parte da família. Para ele nos dias de hoje o foco da educação foi mudado, não se direciona mais as crianças pelo chamado “bom caminho”, formar um caráter reto ou pensar no próximo, “e minha saudade, se deve muito a isso”- finaliza.
Alunos se levantam em sinal de respeito para a entrada da professora, assim como era na década
Para Bombarda participar desse evento após meio século, é deixar claro o respeito à professora e aos amigos que não encontrava há muito tempo e para ele foi emocionante reencontrar amigos que não via há 57 anos, “nunca mais vai acontecer esse encontro, foi um momento único”.
Molina afirma que sempre conservou uma boa amizade com amigos de infância, mas que sozinho não conseguiria buscar todos os companheiros de classe, afinal, muitos moram em outras cidades ou fora do país. Então passou pela escola, pegou a relação de nomes e deixou na portaria do prédio de Edilson com uma aviso, “se vira”.
Foi um trabalho difícil, gratificante, diz ele, triste também foi descobrir que alguns deles já haviam morrido, mas enfim chegou o grande dia.
Molina um dos idealizadores da homenagem também entregou um presente a professora
A professora entrou na sala, e como nos bons tempos, todos se levantaram em sinal de respeito, aos poucos foi reconhecendo seus alunos durante a chamada, mesmo aos 90 anos, não deixou de chamar a atenção de Edilson que fazia parte do grupo dos “bonzinhos” da escola, brinca Molina.
Ao poeta do Carmo, Pedrinho Renzi foi dada a incumbência de uma poesia para a ocasião, pois ele também foi contemporâneo desta mesma turma. “É uma honra fazer parte de uma escola consolidada há 70 anos, e que hoje ainda abre as portas para nos receber com todo o carinho”, e se lembra ainda do tempo em que brincava em baixo das árvores do Florestano Libuti, pois, no passado a escola costumava ser a extensão de sua casa.
Dos 40 alunos formados por Terezinha Pirola em 1962, estiveram presentes na homenagem – 30 deles, incluindo também outros da mesma década.
O resultado desse encontro para todos foi a emoção e agora uma união ainda maior entre eles, pois, já marcaram um próximo encontro para manter acessa a chama da amizade que a educação selou, há quase 60 anos.
