
O ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, 24, sua demissão. A saída do ex-juiz acontece após o presidente da República, Jair Bolsonaro, exonerar o diretor-geral da Polícia Federal (PF) Maurício Valeixo, indicado de Moro ao cargo.
Em sua justificativa, Moro alegou interferência política de Bolsonaro. “O grande problema é que haveria violação do compromisso de que eu teria carta branca. Além disso, não haveria causa para substituição e estaria claro que haveria interferência política na PF, o que gera abalo de credibilidade. Ia ter impacto ambém na própria efetividade da PF, ia gerar uma desorganização”, disse.
“A autonomia da PF, como respeito da aplicação da lei, seja a quem for, é um valor fundamental que temos que preservar em Estado de Direito. É algo que eu não entendi apropriado”, afirmou.
Ele informou ainda tentou buscar alternativas para evitar uma crise política em meio a pandemia, mas disse que ‘não poderia deixar de lado o estado de direito’. “Esse ultimato sinaliza que o presidente me quer fora do cargo, essa precipitação na exoneração, não vejo justificativa”.
O juiz federal Sérgio Moro foi confirmado para o cargo em novembro de 2018 e assumiu a pasta em janeiro do ano seguinte. Durante sua gestão, Moro indicou que medidas contra a corrupção teriam prioridade e apresentou um projeto de lei anticrime.