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Sessão termina em bafafá e DAAE ainda não é dono do Estrela

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Camara Bafafa

Camara BafafaPorsani tentando serenar os ânimos dos funcionários do DAAE

Estava escrito que a sessão desta terça-feira (7) na Câmara Municipal, poderia acabar em confusão; e deu. Afinal, a vida política brasileira, de cima pra baixo ou vice-versa, tem sido uma lástima, com mazelas que se amontoam em forma de conspiração contra a vontade popular.

A sessão ordinária, realizada, teve que ser encerrada devido a manifestações populares. Em um plenário lotado, cidadãos impediram a votação do projeto que autoriza o Poder Executivo a abrir um Crédito Adicional Especial no Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae), até o limite de R$ 6.815.000,00 (seis milhões e oitocentos e quinze mil reais), destinados à aquisição e despesas cartorárias de antigo Clube Estrela.

Para manter a segurança em Plenário, o presidente e vereador Presidente Jéferson Yashuda Farmacêutico (PSDB) encerrou a deliberação. Já era uma hora da madrugada quando isso aconteceu só que o público já estava alimentado após pedir várias pizzas.

PARA ENTENDER A CONFUSÃO

No mês passado o prefeito Edinho Silva enviou um pedido à Câmara. Ele queria autorização para vender dois imóveis pertencentes ao município: o campo da Atlética e o campo do Estrela, considerado pelos esportistas como patrimônio da cidade.

Para ambos haviam explicações: com o dinheiro a ser recebido na venda da Atlética poderia construir um Centro de Treinamento no Pinheirinho, além de outros 6 campos para o futebol amador em bairros da cidade. Logo correu a notícia de que, fatalmente o Centro de Treinamento – todo sofisticado – seria para uso da Ferroviária, que hoje é uma sociedade anônima – Ferroviária S.A., embora também seja de grande importância para a divulgação da cidade no cenário esportivo nacional.

A pressão popular fez o prefeito retirar o projeto da pauta, usando para tal, a sua liderança na Câmara, vereador Paulo Landin. Contudo, o prefeito deve voltar com outra estratégia, de apresentar um projeto como havia falado, já que na primeira tentativa as explicações estavam apenas nas conversações.

Quanto ao Estrela a situação é outra. Orientado pela própria Prefeitura que precisa sair do enrosco financeiro, o departamento alegou que necessita expandir sua sede para oferecer melhor atendimento aos seus clientes. A solução seria comprar o campo do Estrela e entregar a Prefeitura mais de 6 milhões de reais.

Apesar da venda ter sido autorizada pela maioria dos vereadores da Câmara de Araraquara, agora o prefeito teria que pedir abertura de crédito especial ao DAAE que comprando o imóvel teria que pagar a Prefeitura. Esse pedido seguiu ontem para o Legislativo.

Só que o assunto quando entrou em discussão foi um Deus nos acuda. Os funcionários do DAAE lá estavam, reclamando da transação e dizendo que – o DAAE assumindo a dívida pela compra estaria colocando em risco o equilíbrio financeiro da autarquia. Em meio ao público estava o ex-superintendente do DAAE, Cyro Almeida Leite, que no ano passado deixou o comando do departamento por discordar das ordens que vinham do Executivo.

Cyro até o final da sessão desta terça-feira manteve-se na Câmara, sempre sustentando uma decisão contrária à compra e falando que é totalmente desnecessária principalmente em tempos de crise, corte de gastos, etc. Bem próximos ao ex-superintendente estavam os empregados do DAAE gritando: “O DAAE unido jamais será vencido”.

É importante lembrar que favoráveis à venda do campo do Estrela estão os vereadores Toninho do Mel (PT), Thainara Faria (PT), Paulo Landin (PT), Tenente Santana (PMDB), Édio Lopes (PT), Magal Verri (PMDB), Zé Luiz (PPS), Juliana Damus (PP), Lucas Grecco (PSB), Pastor Raiumundo (PRB) e Roger Mendes (PP). Contrários as negociações estão os vereadores José Carlos Porsani (PSDB), Elton Negrini (PSDB), Rafael De Angeli (PSDB), Edson Hel (PPS), Elias Chediek (PMDB) e Gerson da Farmácia (PMDB).

Como o resultado desta terça-feira acabou sendo ‘melado’ por conta dos manifestantes e se assim não fosse o DAAE teria sido autorizado a dispor dos recursos, a Câmara Municipal terá que convocar uma sessão ordinária, garantida por uma tropa de choque para o fechamento do negócio.