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Lava Jato bate à porta do judiciário

Filho de ministro do STJ Eduardo Martins, teria recebido R$ 40 milhões indevidamente

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Na operação deflagrada nesta quarta-feira, 9, que apura desvios de recursos envolvendo escritórios de advocacia, a Lava Jato do Rio de Janeiro garante que o advogado Eduardo Martins, filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, foi contratado por Orlando Diniz, para exercer influência em ministros da corte e obter decisões favoráveis à permanência dele à frente da Fecomércio do Rio. As provas contra o filho do ministro foram obtidas pela Polícia Federal através de documentos da Fecomércio e da delação premiada de Diniz.

De acordo com e-mails obtidos pela Lava Jato, a contratação de Eduardo Martins foi intermediada pelo advogado Cristiano Zanin (ele presta serviços ao ex-presidente Lula), que já atuava para Orlando. Por meio de sucessivos contratos, o escritório de Martins recebeu cerca de R$ 40 milhões da Fecomércio. Conforme a Justiça, os contratos não foram para prestar serviços advocatícios mas sim “a pretexto de influenciar atos praticados por magistrados do STJ”. Na época, Diniz estava afastado da presidência da Fecomércio e buscava uma liminar do STJ para voltar ao cargo.

ENTENDA A OPERAÇÃO

Escritórios de advocacia em São Paulo e no Rio de Janeiro foram alvos de operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (9), por supostos desvios de R$ 150 milhões do Sistema S (Sesc e Senac) fluminense.

A operação de hoje se chama E$quema S e é um desdobramento da Lava Jato. Ela se baseia na delação premiada do ex-presidente da Fecomercio Orlando Diniz, que controlava as entidades.

Entre os alvos dos 50 mandados de busca e apreensão estão os advogados Cristiano Zanin, que trabalha na defesa do ex-presidente Lula, e Frederick Wassef, ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Além disso, o escritório de Ana Tereza Basilio também está na mira da PF. Ela é apontada como uma das chefes do esquema, que supostamente gerenciava propinas a agentes públicos, conforme o portal G1.

Segundo a Justiça, também fazem parte da organização criminosa os advogados Marcelo Almeida, Roberto Teixeira, Fernando Hargreaves, Vladimir Spíndola e José Roberto Sampaio.

Eduardo Martins, filho do atual presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins, foi implicado pela PF. Da mesma forma, o ex-governador Sérgio Cabral e sua esposa, Adriana Ancelmo.