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8 de Janeiro: Um ano depois, 66 pessoas ainda estão presas pelos atos antidemocráticos em Brasília

No início de 2023, cerca de 1,3 mil acabaram detidos acusados de diversos crimes, como tentativa de golpe de Estado

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Dia foi marcado por vandalismo e destruição nos prédios dos poderes Sergio Lima/AFP)

A tarde ensolarada e quente de 8 de janeiro de 2023 explodiu em fúria quando milhares de manifestantes, transportados em cerca de cem ônibus, tomaram a Praça dos Três Poderes, coração de Brasília. Parecia ser mais um dos tantos protestos contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, que completava oito dias na Presidência da República.

Não. Era muito mais do que isso. Os ativistas de extrema direita queriam impedir, à força, a continuidade do governo.

Por volta das 15h, os extremistas, a maioria ornamentada com símbolos em verde e amarelo, cruzaram os gramados, ultrapassaram cordões de isolamento, avançaram sobre atônitos guardas palacianos e ingressaram nos principais prédios públicos do país: o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Em um efeito manada, centenas de vândalos quebraram tudo o que encontraram pela frente: vidraças, mobílias, quadros, microfones, aparelhos de som. Alguns defecaram sobre os móveis usados por ministros e parlamentares.

A reação demorou, mas veio. Policiais militares, agentes federais e militares do Exército fizeram um cerco e começaram a prender os autores do badernaço. A retomada do controle dos prédios levou horas, mas resultou na detenção de 1,9 mil pessoas.

Dessas, algumas centenas acabaram liberadas por serem idosos ou terem problemas de saúde. E 1,3 mil foram presos em flagrante. Passado um ano, 66 deles continuam presos. E todos os detidos naquele momento seguem na mira da Justiça.

As prisões resultaram em indiciamentos e mais de duas centenas de envolvidos respondem hoje a processos judiciais que podem lhes render mais de 20 anos de reclusão. São os acusados de tentativa de golpe de Estado. (Informações GZH)