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Analistas apontam eleição dentro da margem de empate técnico

O jornalista e sociólogo José Maria Viana de Souza escreve sua coluna nos fins de semana em nosso Portal RCIA, narrando o que acontece nos bastidores políticos. Nesta edição, Viana faz uma análise sobre a conduta dos dois candidatos após o debate da Band e a situação de momento.

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DEBATE DA BAND

Juntei-me a um amigo também analista político para analisarmos o debate da Bandeirantes. No primeiro bloco, Lula mostrava-se nervoso, ainda assim levou pequena vantagem. Na pergunta dos jornalistas, outra pequena vantagem. No último bloco, quando Bolsonaro levantou os argumentos da corrupção, acusou Lula de desmatar mais que ele e que o Bolsa Família pagava a partir de R$ 42,00 e que ele havia mais que triplicado com o Auxílio Brasil, Lula perdeu o controle de vez e se emaranhava nas respostas sem causar efeito na imagem do Bolsonaro. Na visão de outros analistas, houve empate com uma ligeira vantagem para Lula em todo debate!

VANTAGEM DE BOLSONARO

Na nossa avaliação, o debate ficou no empate com uma ligeira vantagem para Bolsonaro, uma vez que Lula ao se descontrolar, forçar o riso demonstrando nervoso, se submeteu ao controle dos nervos por parte de Bolsonaro. No pós-debate, os comerciais de Bolsonaro exploraram os ataques a Lula com mais eficiência, sem que os comerciais de Lula se defendessem como seria o esperado. Bolsonaro explorou especificamente os empréstimos de Lula ao metrô da Venezuela em detrimento, por exemplo de construir um metrô para Belo Horizonte; desdenhou do Bolsa Família e conseguiu viralizar o toque no ombro do Lula para demonstrar controle e revelar o nervoso do adversário. Bolsonaro mentiu bastante, mas mentiu bem! Lula se enrolou ao tentar demonstrar com risos aos eleitores que Bolsonaro mentia e não conseguiu. Enquanto isso, o eleitor especialmente do Auxílio Brasil comprou as lorotas do Bolsonaro e o seguiu.

CRESCIMENTO DE BOLSONARO

A vantagem de Bolsonaro – que o aproximou de Lula nas pesquisas, apesar de ter crescido no total apenas 1%, colocando-o no limite da margem de erro com 2% para mais ou para menos com apenas 4% de diferença no total -, veio justamente entre os beneficiários do hoje Auxílio Brasil, peça chave de sua campanha! Entre esses, Bolsonaro cresceu de 33% para 40% – um crescimento de 7% – e Lula caiu de 62% para 56%, perdendo 6% entre esse eleitorado, segundo o último DataFolha, confirmado pelo Poder Data que assinala a mesma diferença de 4% entre os dois, com 52% para Lula e 48% para Bolsonaro.

NÚMEROS DO DATAFOLHA

Compare agora os números do DataFolha da terceira rodada do Segundo Turno. Lula não se mexeu no total, cravando nas três pesquisas 49%. Já Bolsonaro, como analisado na nota de cima, manteve-se com 44% nas duas rodadas anteriores e subiu 1%, assinalando na pesquisa do dia 19 (quarta-feira), 45% totais, colocando-o no limite da margem de erro, empatado com Lula. Há pouca margem de manobra como analisado na Seção passada, mas as mexidas nas entrelinhas, e que podem manter um crescimento ainda que pequeno até o dia da eleição, como verificado em segmentos mais vulneráveis como o da Auxílio Brasil, pode mudar o resultado da eleição!

OUTRAS LEITURAS

Lula está com o andar de baixo e Bolsonaro com todos os outros de acima, mas está perdendo lentamente preciosas fatias desse seguimento para Bolsonaro. Pois Vejam, o petista lidera entre as mulheres, entre os jovens de 16 e 29 anos, entre os de 45 a 59 anos e entre os com mais de 60 anos. Está com os menos escolarizados, os mais pobres com até dois salários mínimos; vence bem no Nordeste, entre os Católicos e os que se dizem de cor preta. Já Bolsonaro lidera em todas as faixas de renda acima de dois salários mínimos, no Sul, no Centro-Oeste e no Sudeste do país e entre os Evangélicos.

ELEIÇÃO INDEFINIDA

Ao contrário do que escrevemos na semana passada, a eleição presidencial está indefinida, por três motivos que mexeram com a previsibilidade: o Auxílio Brasil (e empréstimos consignados), o debate da Band e os comerciais aguerridos de Jair Bolsonaro. Lula tem ainda uma leve dianteira e mantém-se na linha de frente, mas não se tem certeza se ganhará a eleição face aos acontecimentos dos últimos dias. Ainda que timidamente os sinais positivos apontam agora para Jair Bolsonaro. Triste nação que está entre o sujo e o mal lavado. Tenho impressão que o debate da Globo vai definir quem será o presidente.

POLÍTICO EXPERIENTE

Político experiente de Araraquara não gostou muito de minhas análises sobre a polarização por qual passa a política brasileira. Disse-nos que achou “extensa e cansativa” e ponderou que o que “estamos vivendo não é uma dicotomia entre esquerda e direita”. Tudo bem que forcei esquerda e direita porque é assim que a coisa está colocada na definição dessa polarização… A ideia foi contar como isso aconteceu e em que pé está. Disse também que o que “estamos vivendo é um momento único na nossa história entre apoiar um candidato condenado e ainda com processos e um capitão despreparado para governar o país”. E falou citando os desacertos de cada um para concluir: “Fale a verdade e deixe o povo decidir pela consciência, guiado pela sabedoria divina”! Anotado o ponto de vista, mas mantenho o que escrevi sobre a polarização!

“FEIRA DE NEGÓCIOS”

O mesmo político que além de colaborador é meu amigo – embora já tenha dito aqui que políticos e jornalistas não têm amigos – Falou que não me preocupasse com a possibilidade de um golpe! “Quem manda no país é a Câmara e o Senado que sendo políticos negociam. O Bolsonaro fez maioria, mas o Lula ganhando vai ter que negociar”, disse e continuou: “O Tarcísio vai ganhar em São Paulo e vai sofrer o que o Dória sofreu com o Governo Federal. Tudo é uma grande feira de negócios. Cada um puxa a brasa para a sua sardinha! Não há ideologia em jogo… – concordo – O que há são interesses tributários e isenções fiscais com subsídios! Olhe por esse ângulo”! A gente sabe que a política é menos elaborada do que apresentamos aqui e que o velho jargão de que “Os fins justificam os meios”, numa interpretação errada de Maquiavel (Ele escreveu que tudo era aceitável em nome apenas da estabilidade do Estado e não da estabilidade do príncipe, ou seja, da questão eminentemente pessoal!), mas ela tem algo a mais que não é apenas o interesse pessoal ou de grupo.

PONTE DOS MACHADOS

Procurei a Secretaria de Obras que havia prometido em maio à Seção, concluir com certeza a Ponte dos Machados – quebrada faz dois anos – em setembro que passou. Como a promessa não se cumpriu, procurei novamente a Secretaria que não respondeu! Procurei a Prefeitura que informou com detalhes sobre as obras em curso no local sem justificar o atraso! Ouvi de político experiente que havia incompetência da construtora, negada pela Secretaria. Por fim, um novo prazo foi estipulado. A previsão de entrega da nova ponte é para o primeiro trimestre de 2023. Lá se vão para três anos! Quanta demora e os usuários sofrendo!

VACINAÇÃO EM MATÃO

Vereador Paulo Bernardi nos informou que está à frente de uma Campanha de Vacinação das crianças de Matão, contra a Poliomielite (Paralisia Infantil) e Multivacinação (atualização da carteirinha). A campanha chama-se “Dia D” e acontecerá sábado, dia 22/10, das 9 às 15 horas. Os locais, serão: OAB de Matão, Unidade de Saúde Bom Jesus e Unidade de Saúde São Judas Tadeu (Caic). Os pais precisam colaborar levando seus filhos para tomar as vacinas! Informados!