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Assentamentos foram queimados com perdas no Monte Alegre e nas zonas rurais de Dourado e Itirapina

O sociólogo e jornalista José Maria Viana escreve sua coluna juramentada nos fins de semana no RCIA ARARAQUARA. Nesta edição o polêmico analista político fala da criação do gabinete por Lula para ajudar no combate às queimadas.

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Região sofre violentamente com os incêndios na zona rural

INCÊNDIOS NA REGIÃO
Nossa Região de Araraquara, São Carlos, Ribeirão e Rio Preto – Central e Noroeste – foram acometidas por um número jamais visto de queimadas, ventos violentos e tempestades de terra na semana passada. Cidades inteiras ficaram à mercê da fumaça, da fuligem e terras levantadas. Estradas foram fechadas, árvores derrubadas com ventos com velocidade de 80 quilômetros por hora. É só um fenômeno natural ou aconteceu algo mais grave nos eventos?

PREJUÍZOS A ASSENTAMENTOS
Queimadas que mataram animais e causaram prejuízos para mais de dez cidades da região! Agressão a empresas, fazendas e usinas, bosques, canaviais, áreas verdes institucionais, parques… Assentamentos foram queimados com muitas perdas em Monte Alegre – Araraquara e Matão – e nas zonas rurais, especialmente de Dourado e Itirapina – onde perderam-se quase todas as plantações, casas, e prejuízos incalculáveis para assentados que lutavam com força.

AÇÃO COMBINADA
Tudo começou quando uma grande ventania teria se levantado na região de Jaboticabal, criando uma grande cortina avermelhada de terra que acabou por cobrir toda a região, deixando metade do horizonte colorido com um sol encoberto reflexeonando apenas uma luz opaca sem brilho, como uma lua amarela, tomando conta das cidades inertes. Em seguida começaram, ao mesmo tempo, as queimadas, os transtornos e o perigo para toda a região, atingindo as pessoas, o tráfego nas estradas e, especialmente à saúde das populações.

FOGO CRIMINOSO
Acendeu o alerta nos governos, no sentido de nunca ter acontecido fenômeno combinado semelhante na história da região ao mesmo tempo. Entra em cena a Polícia Federal, porque aeroportos foram fechados, estradas e rodovias. Os incêndios foram ao mesmo tempo surgindo em todos os lugares causando o caos por qual todos passamos por quase cinco dias consecutivos. Pessoas foram flagradas colocando fogo nesses lugares, ao mesmo tempo!

GABINETE DE INVESTIGAÇÃO
O Governo Federal criou um gabinete para a administrar a crise… Convidou as forças envolvidas, prefeitos e governadores para estudar o problema. Ministros declararam que nunca havia acontecido fenômeno semelhante no período na história da região. E que as queimadas teriam acontecido de forma criminosa e orquestrada. Especialista que ouvi em Luiz Antônio disse: “A cana secou antes pela estiagem. Ninguém me engana que usineiros preocupados com a colheita, tenham se aproveitado da ocasião e incentivado o fogo”. Não acredito pois queimada de cana é prejuízo para o setor.

BRASIL EM QUEIMADAS
Enquanto isso, até no Nordeste – onde não era muito comum as queimadas, as cidades sofrem os efeitos da fumaça – e, especialmente na Amazônia e no Centro-Oeste, as regiões rurais de nossas cidades continuam sob o feito de fogo criminoso e da densa fumaça que praticamente inviabilizam a vida e causam doenças. Manaus, Amazonas, – ninguém se vê ali a poucos metros – amarga a mesma dor de Constantinopla, a cidade mais bela do mundo, na época, queimada e destruída pela guerra de 1453, depois de cuja queda deu-se o início a Idade Moderna.

RIOS SECANDO…
Os quatro maiores rios da Bacia Amazônica – Maior reserva de água potável do planeta, estão secando novamente – Solimões, Amazonas, Negro e Madeira, que sofreram a maior seca que se tem conhecimento na história em 2023, isolando e causando graves problemas em cidades e comunidades que passaram fome e desabastecimento ano passado, estão no nível mais baixo da história hoje, em 2024. E tudo demonstra que este ano, a seca será pior ainda!

HUMAITÁ, PRAÇA DE GUERRA
Amazonólogo, meu irmão Bibi Chíxaro, de Humaitá, me escreveu após a Polícia Federal, Ibama e ICM-Bio queimarem 300 balsas no rio Madeira – garimpeiros estão em manifestação há uma semana: “A fome pelo ouro chegou num nível que extrapolou a civilidade de nossa gente. A garimpagem de aluvião é a que traz mais riscos ao homem e ao meio ambiente. A quem interessa a exploração do ouro no Madeira? Ao ribeirinho, desempregado, filho do seringueiro ou ao financiador das balsas, compradores do ouro contrabandeado e do crime organizado”?

A MORTE DO MADEIRA
E continua: “Acho bom que as forças de segurança os combatam e queimem as balsas. Não venham me dizer que os garimpeiros são famílias pobres que exploram o ouro para sobreviver. São pobres, mas massa de manobra nas mãos de traficantes e crime organizado. O garimpo traz a morte ao rio Madeira em nome da ganância, dos milhares de igarapés e dos imensos lagos e, por consequência, a morte da fauna aquática, dos peixes, florestal e animal. O povo do rio Madeira não merece esse destino”. É, meu irmãozinho Bibi, só tenho vontade de chorar!

TUDO COMO ANTES
Presidentes da Câmara e do Senado, Pacheco e Lira apresentaram uma série de regras que na prática podem preservar a liberdade dos congressistas em manterem as famigeradas emendas parlamentares, driblando assim tanto o Governo quanto o Supremo Tribunal Federal (STF). Quem viu diz que tentam vincular as emendas de bancada e comissão a uma lista de programas preestabelecidos. Tudo, na verdade ficaria como antes! Assim não, assim não pode!

FREEM O MALUCO
A imprensa não para de dar espaços ao influenciador digital Pablo Marçal (PRTB) que embolou a disputa pela Prefeitura de São Paulo. Antissistema e de extrema direita, não tem outra qualificação que se comunicar bem, puxando para si o voto bolsonarista. Totalmente maluco e sem responsabilidade, foi condenado por furto qualificado e acusado de ligação com o PCC. A Justiça Eleitoral já está no seu encalço, mas penso que deveriam deixar o homem ir até onde puder e que os eleitores paulistanos tomem um pouco de bom senso freando sua sanha.

UPAS LOTADAS
O combatente vereador Marchese da Rádio (Pat) nos informou que passou num Posto de bairro totalmente vazio, sem pacientes, para cuidar de uma indisposição. Ali não quiseram atendê-lo e o enviaram à UPA Central lotada. Reclama que os postos praticamente não funcionam quebrando a cadeia do atendimento inicial (Saúde da Família), enquanto isso, as UPAs não atendem em tempo dezenas de pessoas que ficam amontadas à espera. É o caos.

HOSPITAL MUNICIPAL
O Mesmo Marchese chama a atenção para o caos que vive a Santa Casa de Misericórdia de Araraquara, lotada e sem vagas para atender aos araraquarenses. Fora chamado à UPA Central porque sete pessoas precisavam de internação urgente, mas a Santa Casa não tinha vaga. Reclama que o Hospital atende a 24 municípios que não contribuem com nada. Como resolver? Aí defende a construção de um Hospital Municipal para a cidade. Eis aí Eliana…