PEIXES GRANDES
O ex-candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes comentou em seu perfil no X a operação Tempus Veritatis, deflagrada dia 08/02, pela Polícia Federal e que cumpre 33 mandados de busca e apreensão relacionados aos atos antidemocráticos e à tentativa de golpe de Estado. A operação teve por alvo, além de dezenas de militares, Jair Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente.
IMPORTÂNCIA HISTÓRICA
Segundo Ciro, a decisão do STF pode ter uma importância histórica, se os magistrados não cometerem erros e respeitarem alguns valores fundamentais dos quais não se pode abrir mão. “Se não cair no estrelismo e tiver disciplina para seguir o melhor direito, a decisão do STF anunciada pode ter importância histórica! Não são os vândalos que, apesar de criminosamente terem depredado o patrimônio público, os verdadeiros golpistas. Agora os peixes grandes finalmente são chamados à sua responsabilidade”.
NÃO QUER FALAR
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um dos principais intimados da Operação Tempus Veritatis, teve três pedidos negados para depor por parte do ministro Alexandre de Moraes que autorizou a investigação. Ele se nega a falar à Polícia Federal e seus advogados tentam garantir a ele o direito de ficar calado durante o depoimento. Caso esse direito de não se incriminar lhe seja negado, o golpista-mor ameaça sequer comparecer ao depoimento.
BOLSONARO EM SILÊNCIO
Em tempo, juristas discutiam, que seria legítimo Jair Bolsonaro não comparecer ao depoimento, após ter três pedidos negado para adiar seu depoimento. Mas o ex-presidente foi à Polícia Federal e pelo que se apurou, ele teria ficado em silêncio, repetindo o então ex-presidente Lula, quando ouvido pela PF na Lava Jato, e depois preso. Por outro lado, temendo a prisão do ex-presidente, o exército cuidou de preparar salas no Quartel General para recebe-lo, caso o ministro Alexandre de Moraes decretasse sua prisão.
WALDEMAR PRESO
A fim de evitar combinações nas versões dos depoimentos de quinta-feira (22/02), a Polícia Federal optou por ouvir todos os investigados, os tais peixes grandes, ao mesmo tempo. Enquanto isso, o todo poderoso presidente do PL, Waldemar da Costa Neto, continuou preso após passar por uma audiência de custódia. O ministro Alexandre de Moraes pretende transformar a prisão temporária de Waldemar em prisão preventiva. Waldemar foi preso.
CABEÇAS DO GOLPE
O que a imprensa e o mundo democrático deste país mais esperavam era que a Polícia e depois a Justiça chegasse aos chamados peixes grandes, entre eles, Jair Bolsonaro e seus ministros militares alucinados que tramavam na surdina e depois à vista de todos um golpe de Estado. A massa de manobra, os arruaceiros, depredadores, estão sendo aos poucos presos para jamais tentarem alimentar os sonhos de golpistas rasteiros, candidatos a ditadores.
SEM CLIMA PARA GOLPE
Vejam que, apesar de Bolsonaro e seus asseclas tramarem o golpe desde o primeiro dia do governo, de fato a intervenção não se consumou por dois principais motivos: incompetência dos conspiradores e falta de condições objetivas – para usar um termo marxista – para tal. Mesmo com acirramento, revolta de parte da população pela corrupção, aliada ao crescimento ideológico da direita no mundo, não havia clima no Brasil para um golpe de Estado.
EXÉRCITO SE NEGOU
Primeiro, chamadas as três Forças, pelo presidente Jair Bolsonaro, para discutir uma intervenção militar, segundo Mauro Cid, faz tudo do então presidente, duas delas – Exército e Aeronáutica – se negaram com o comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, dizendo: “O Exército não vai entrar em aventura golpista”. Mesmo comportamento teve o comandante da Aeronáutica, negando apoio. Mas o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, de acordo com Cid, colocou sua força à disposição do presidente, mas não prosperou.
GOLPE PREJUDICARIA PAÍS
Ainda sobre o mesmo tema, seguindo a linha dos militares da ativa, lembrem-se que numa conversa com o alto escalão do Exército, vazada à imprensa, o comandante Tomás Miguel Ribeiro Paiva, disse que não havia “clima para golpe. Eu te pergunto, havia? Não havia. Muita gente iria para as ruas, muitos morreriam e o mundo cairia sobre nós com todo tipo de pressão e imposição de sanções das mais variadas. Seria um caos, a economia quebraria e daí, a coisa ficaria insustentável”. As Forças Armadas, se manchariam e não manteriam um novo golpe. É por isso que não houve a aventura por parte das Forças Armadas.
ORÇAMENTO É DE TODOS
O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas), na sua sanha de dinheiro, única coisa que lhe interessa, além de abocanhar parte do Orçamento da União para emendas parlamentares, declarou na semana que “O Orçamento da União pertence a todos e todas e não apenas ao Executivo. Se assim fosse, a Constituição não determinaria a necessária participação do Poder Legislativo em sua confecção e final aprovação”, afirmou com a maior cara de pau.
CONTINUOU LIRA
“O Orçamento é de todas e todos brasileiros e brasileiras, não é e nem pode ser de autoria exclusiva do Poder Executivo e muito menos de uma burocracia técnica que, apesar do seu preparo, não foi eleita para escolher as prioridades da nação e não gasta a sola de sapato percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós parlamentares, senadores e deputados”, argumentou Lira. Infelizmente Lula manda pouco diante de gente como Lira.
LULA VERSUS ISRAEL
A fala de Lula, na África, comparando a guerra de Israel contra o Hamas, com o extermínio de judeus no Holocausto, foi pesada e desproporcional, mas não deixa de ter um viés de indignação com a morte de quase 30 mil palestinos inocentes, mulheres e crianças. Isso é desproporcional. Democracias não podem sair matando inocentes por causa da ação de outrem. O que Israel precisa agora é de deslizes como o de Lula para se fazer de vítima e continuar a matança. Em tempo, a oposição protocolou pedido de impeachment de Lula por causa dos ataques, mas pelo menos, Lira relevou e arquivou o pedido. Nem tanto, né?