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Desassoreamento da represa do Ribeirão das Cruzes entra na mira de vereador

Porsani afirma que após o trabalho realizado pelo Daae a areia continua na represa e que em breve não haverá mais captação de água

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A primeira etapa do desassoreamento terminou em 2016

O vereador José Carlos Porsani (PSDB), entrou com requerimento pedindo explicações à prefeitura de Araraquara, sobre o desassoreamento realizado pelo Daae na represa do Ribeirão das Cruzes.

Segundo o parlamentar em contato com o Portal RCIA, afirmou que foi verificar in loco a represa do Ribeirão das Cruzes e se deparou com um funcionário, carpindo na areia onde deveria estar coberta pelas águas.

O vereador José Carlos Porsani (PSDB)

O vereador quer saber qual foi o montante empenhado nas duas fases do desassoreamento da represa de Captação de Água e se devido ao assoreamento a capacidade de captação de água para abastecer nossa cidade estaria comprometida. E também, se o Daae  tem reserva em caixa para executar uma obra tão importante para os munícipes.

“Estive no local, verificando, se continuar da maneira que está, em pouco tempo, não teremos a represa de captação d’ água”, afirmou o parlamentar.

Em um levantamento feito pelo Portal RCIA, é possível verificar que desde 2016 o município investe em desassoreamento, mas a areia na represa só vêm aumentando. Segundo funcionários da autarquia, “é possível atravessar a represa andando sem molhar o joelho”.

PRIMEIRA ETAPA

A primeira fase do desassoreamento da represa terminou em 17 de julho de 2016, com um investimento de R$ 1,6 milhão. Segundo material encontrado no site do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (DAAE).

Na primeira etapa foram retirados os galhos de árvores quebrados e arbustos caídos ao redor da represa e depois, por meio de bombas, foi realizada a dragagem com a sucção de areia e outros resíduos acumulados no fundo e nas laterais da represa. Na época, o Diretor Técnico Operacional da autarquia Salvador Luiz Spoto, disse que “a vazão foi ampliada e já estamos captando um volume maior de água do Ribeirão das Cruzes em relação ao volume que vem do Rio Anhumas, na zona leste”.

O diretor afirmou ainda que a água superficial captada para tratamento em Araraquara correspondia a 45% do total da rede de abastecimento, outros 65% eram captados por meio de poços.

VISITA

Em 5 de dezembro de 2017 o prefeito Edinho Silva visitou  a captação de água do, acompanhado do promotor público da área de Meio Ambiente, José Carlos Monteiro e criticou em uma live em seu perfil do Facebook, o parcelamento de pequenos lotes em toda a área do Ribeirão das Cruzes, perto das nascentes, na Chácara Flora e acima do Selmi Dei. “Mudaram o Plano Diretor, permitindo o fracionamento da área de preservação”, disse ele na época.

Disse ainda que “A mudança no Plano Diretor colocou 22 mil pessoas morando sem creche, posto de saúde, escola, Cras, área de lazer, provocando danos ambientais quase que irreversíveis”.

Na mesma live Edinho disse que havia apresentado um projeto de recuperação da represa, que custaria cerca de R$ 6 milhões aos cofres públicos da cidade.

SEGUNDA ETAPA

A segunda fase do desassoreamento da represa do Ribeirão das Cruzes, que consistia na retirada de aproximadamente 10.350 m3 de sedimentos, depositados no reservatório da barragem, através de draga flutuante de sucção, bem como raspagem da camada vegetal ao entorno, objetivando a recuperação do volume de água armazenado, melhorando as condições de captação superficial para abastecimento público, foi iniciada em julho de 2018.

O valor do contrato para a realização dos serviços foi de R$ 563.320,00.
Um estudo hidrológico de toda a bacia também foi licitado, onde permitiria a implantação de medidas para evitar que mais areia descesse para a área da captação ao custo de R$ 354.971,67.

FINALIZANDO A OBRA

Já em 4 de dezembro de 2018, uma nova matéria divulgada pelo Daae, dizia que o serviço havia sido realizado por meio de draga flutuante de sucção, objetivando a recuperação do volume de água armazenado, melhorando as condições de captação superficial para abastecimento público. O valor do serviço teria sido de R$ 700 mil, realizado pela Fos Engenharia. E que um estudo para diagnóstico de toda a bacia foi licitado, pelo valor de R$ 228 mil, e estaria sendo realizado pela empresa Eng Consultoria, com prazo para execução de nove meses.

Cabe agora aguardar as respostas da prefeitura ao requerimento do vereador Porsani, para entendermos quais foram os diagnósticos do estudo e o que será feito no local para que o Córrego das Cruzes continue seu caminho.