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“Irei denunciar a sujeira que lá habita”, diz Filipa Brunelli sobre a Câmara de Araraquara

Após ter rejeitada sua moção de repúdio ao projeto que proíbe publicidade com pessoas LGBTQIA+ e tramita na Alesp, vereadora diz ser violentada, desrespeitada e menosprezada diariamente enquanto travesti dentro da casa de leis

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A vereadora Filipa Brunelli (PT)

A vereadora Filipa Brunelli (PT) se revoltou na noite desta terça-feira (20) contra a Câmara após ter rejeitada sua moção de repúdio ao projeto de lei PL nº 504 de 2020 que proíbe publicidade com pessoas LGBTQIA+ e tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

O projeto citado associa a população LGBTQIA+ a “práticas danosas” e “influências inadequadas” em relação a crianças ao proibir a publicidade, por meio de qualquer veículo de comunicação e mídia, de material que contenha alusão a preferências sexuais e movimentos sobre diversidade sexual relacionada a crianças no Estado.

A moção de repúdio foi rejeitada por 11 votos a 6. Votaram contra os vereadores Edson Hel, Emanoel Sponton, Marchese da Rádio, Gerson da Farmácia, Hugo Adorno, João Clemente, Lineu Carlos de Assis, Lucas Grecco, Carlão do Jóia, Marcos Garrido e Rafael de Angeli. Votaram a favor, os vereadores Fabi Virgílio, Filipa Brunelli, Guilherme Bianco, Luna Meyer, Paulo Landim e Thainara Faria.

POLÊMICA

Filipa Brunelli relata no documento que “associar a violação dos direitos das crianças e adolescentes às diversidades sexuais e de gênero é desumanizador, cruel e acima de tudo criminoso”.

A parlamentar criticou a atitude dos vereadores que votaram contra. “Os 11 vereadores dessa casa são LGBTfóbicos sim, compactuam com o Brasil ser o país que mais mata travesti do mundo. Tenho repúdio à hipocrisia”, protesta.

A deputada estadual Marta Costa (PSD) é autora do projeto de lei 504/2020 que proíbe propagandas com pessoas LGBTQIA+ no Estado de São Paulo. A votação aconteceria na Alesp nesta noite de terça-feira (20), mas foi adiada por falta de quórum para quinta-feira (22).

REVOLTA

Na noite de terça (20), a petista se revoltou contra parte do Legislativo. “Posso não aprovar nenhum PL, mas irei denunciar até meu último dia como vereadora dentro desta casa a sujeira que lá habita.

Sou violentada, desrespeitada, menosprezada diariamente enquanto travesti dentro desta casa de leis, porém não tinha ficado tão explícito o posicionamento dos pares”, disse Filipa nas redes sociais.